Melhores discos internacionais de 2024

Olá, pessoal! Voltamos e pra finalizar com chave de ouro, trouxemos os melhores discos internacionais de 2024, segunda nossa opinião.

Todos nós aqui do blog escutamos muitos discos durante o ano, foi um pouco difícil selecionar vários para entrar nessa lista, acredito que temos aqui os que mais escutamos, mas óbvio que alguns discos como o novo do The Cure impressionaram após a longa espera de anos, tivemos também Kim Gordon com o ótimo The Collective ou Kendrick Lamar que nos pegou de surpresa.

Enfim, acho que conseguimos colocar aqui um pouco do que nós escutamos e gostamos, esperamos que esse ano tenha sido bacana pra vocês também.

Sendo assim, até o ano que vem com muito mais música!

Fontaines D.C – Romance

Capa com fundo na cor azul e a ilustração de um coração chorando em 2d.


Das bandas novas do chamado revival pós-punk, o Fontaines D.C é uma das mais interessantes, eles lançaram este ano o quarto disco de estúdio, Romance.

“Romance continua fugindo daquele crank wave e spoken work que ficou saturado com as trocentas bandas pós-punk que surgem em cada esquina da Irlanda ou Reino Unido. Gostei desse trabalho porque acho que a banda está buscando expandir sua sonoridade e procurar uma identidade. Em cada disco dá pra perceber que o Fontaines têm agradado seus fãs sem se prender especificamente ao pós-punk. Ainda que os integrantes tenham assumido uma estética bizarra nessa era, a sonoridade continua ótima, destaque para Here’s the Thing, Favorite e Desire.”


Gustaf – Package Pt.2

Capa com fundo verde e uma janela com céu vermelho e silhuetas de prédios e árvores.

O segundo álbum do Gustaf é uma continuação do primeiro, explorando a jornada emocional do narrador através de um som divertido e dançante com elementos de ópera rock.

“A banda expande a sonoridade do punk, incorporando influências incomuns ao gênero, nesta segunda parte da sua história, que é agressiva, divertida e dançante. É um trabalho coeso e criativo que proporciona uma jornada emocional e envolvente. Junto com bandas como Sprints, que debutou esse ano (falamos dela lá pelo nosso instagram), e Amyl and The Sniffers, Gustaf entrega uma autenticidade e inovação que só agregam ao gênero.”


Wunderhorse – Midas

Capa com fundo preto e imagem de um homem em segundo plano e na sua frente um pássaro voando.

Midas é o terceiro disco dessa banda britânica e logo na primeira audição me surpreendeu positivamente.

“Ao colocar esse disco pra tocar pela primeira vez, a sensação foi de estar no fim dos anos 90 ouvindo o disco novo de uma das melhores bandas da época. Dá pra perceber aqui uma mistura bem feita do rock alternativo dos anos 90 com algo dos 80, uma coisa meio The Cult encontra com Bush. É o tipo de som que eu adoraria escutar em uma rádio rock a tarde dentro do carro e isso me traz nostalgia. Destaques para Rain, Silver, Emily e July.”


Beth Gibbons – Lives Outgrown

Capa com imagem de Beth Gibbons em longa exposição com quatro feições diferentes.

O novo álbum de Beth Gibbons, Lives Outgrown, é uma obra densa e pessoal.

Com um som mais focado na atmosfera e nas emoções do que nas estruturas musicais convencionais com as quais estava acostumada a trabalhar no Portishead, o disco se afasta do trip-hop, sendo mais denso e pessoal, tornando a experiência de escutar o disco algo introspectivo e emocionalmente carregado, demandando mais do ouvinte, mas entregando uma recompensa única. Com produção de James Ford, que produziu Memento Mori do Depeche Mode e The Car do Arctic Monkeys, Lives Outgrown é um trabalho à altura de Beth Gibbons.


Liana Flores – Flower of the Soul

Capa com fundo rosa e a imagem da cantora Liana Flores em uma moldura.

O álbum de estreia de Liana Flores, Flower of the Soul, é um trabalho lindo, com sonoridade de bossa nova com tons etéreos.

“Uma linda mistura que lembra Cocteau Twins e Loreena McKennitt, o primeiro disco da artista britânica de ascendência brasileira é uma obra de arte sonora que merece ser celebrada. A fusão de bossa nova com os tons etéreos cria uma ambientação que desperta nostalgia e leveza, quase como um sonho. Cada faixa do disco é inesquecível, mas, para conhecer, o destaque fica com Nightvisions e Butterflies (com participação especial de Tim Bernardes, do Terno).”


Charlie XCX – BRAT

Capa com fundo verde e a palavra Brat na cor preto.

O que é esse fenômeno BRAT? Afinal, o que falar desse disco que com certeza ficou marcado na carreira da Charlie XCX.

“BRAT entra na lista de melhores do ano não só por sua sonoridade, mas por todo o “barulho” que ele fez. Charlie impressionou ao começar pela arte da capa que não é nada bonita ou apelativa. Ao contrário, ela foi contra a corrente, conseguiu promover essa identidade do disco tão bem quanto seus anteriores. Além disso, lançou mais duas versões remixadas, que não soavam como remixes clichês e sim construções bem interessantes das faixas, sem contar os feats de peso como Billie Eilish, Ariana Grande e Shygirl. Esse é um trabalho que continua reverberando por aí.”


DIIV – Frog In Boiling Water

Capa com fundo vermelho e o texto Frog In a Boiling Water em preto e branco

DIIV escreveu sobre as mazelas do late stage capitalism e sobre como toda desgraça é normalizada com Frog in Boiling Water

“Para ser honesta, há poucas coisas que me alegram mais do que shoegaze e meter o pau no capitalismo. E DIIV conseguiu unir essas duas coisas lindamente. Há uma mudança de pensamento de estilo de vida no pós pandemia, muita coisa que não vai mais voltar a ser o que era antes, não necessariamente por conta de vírus ou coisa do tipo, mas porque o ser humano mudou. Muita coisa a gente internalizou, muita coisa a gente normalizou.

E o DIIV veio justamente para abordar isso, e como a gente se sente como um sapo sendo cozido lentamente e simplesmente não percebe ou não tem forças para fazer nada sobre isso. Além da crítica política, que eu achei excepcional, especialmente quando combinada com a performance ao vivo e os flashes que tocaram durante o show deles aqui no Brasil, as músicas são grandiosas, com excelentes melodias e sem deixar de ser o bom DIIV que a gente conhece e gosta.

Um disco maduro, mais consciente, mais adulto. Só que sem perder as guitarrinhas jovens que dão esse espírito de juventude rebelde que DIIV sempre carregou. Esse show ainda ecoa na minha mente e esse disco vai permanecer ecoando por muitos meses e sendo extremamente atual, seja qual tempo for.

Letra de Reflected (DIIV):

Repeat the lie:
“We can still have hope”
Remind me why
Our parasites
Are still in control


Alcest – Les chants de l’aurore

Capa com tons aquarelados na cor vermelho, marrom e amarelo e o desenho de uma mulher tocando flauta e alguns pássaros

Alcest lançou o Les Chants de L’Aurore para trazer alegria aos corações do povo metaleiro

“Particularmente não é o meu disco preferido do Alcest, porém não deixa de ser um disco excelente. Trouxe de volta algumas lembranças do Souvenirs d’un Autre Monde (2007), especialmente com a primeira faixa Komorebi. A estética e temática japonesa presente tanto no Kodama (2016) quanto no Spiritual Instinct (2019) continua latente, e acho que essa é uma marca que Alcest sempre carregou, mas que esteve mais evidente nos últimos lançamentos. O que me alegra é ver que Alcest continua soando como a mesma banda que eu acompanho como fã há mais de 10 anos, sempre inovando no som, porém sem perder sua essência. Com poucos acordes, a gente já reconhece que é Alcest. De uma forma estranha, mesmo no gutural, me traz paz e esperança, como um filme do Miyazaki. “


Willow – empathogen

Capa com a imagem da cantora Willow sorrindo com dentes de ouro e de black power

Uma Willow mais madura, explorando novos horizontes com jazz e indie pop.

“Quando deu uma viralizada durante a pandemia com o single ‘transparentsoul’, que indicava que sua carreira seguiria para um pop-punk que emulava Paramore no início de carreira, Willow não se limitou a isso. Como mostram seus trabalhos posteriores, no último disco ela revela um amadurecimento, experimentando e se descobrindo musicalmente com outros gêneros. Se você gosta de Sade ou Billie Eilish, deveria dar uma chance a esse disco.”


Linkin Park – From Zero

Capa abstrata com tons em preto e rosa

O novo capítulo da história do Linkin Park é nostálgico, mas também inovador.

“Emily Armstrong entrou na banda em uma posição delicada, pois a primeira coisa que passa pela cabeça ao ler a notícia de uma nova vocalista é que ela terá o papel de substituir o inigualável Chester Bennington. Surpreendentemente, ela consegue se destacar como uma adição sonora única, encaixando seu próprio ritmo e estilo ao som da banda como uma luva. Mesmo soando nostálgico em diversas músicas, não é uma cópia do que a banda já foi, nem tão diferente a ponto de soar como outra banda. Ecoa como deve ser: como Linkin Park. Os destaques ficam com as faixas The Emptiness Machine, IGYEIH e Over Each Other.”