O The Daysleepers foi formado em 2004, na cidade de Bufalo em Nova Iorque. No ano de 2006 foram lançados dois EP’s, Hide Your Eyes e The Soft Attack. Apenas em 2008 saiu o primeiro disco de estúdio Drowned in the Sea of Sounds. O trabalho trouxe influências de bandas como The Cure, Slowdive e Cocteau Twins.
Eles já foram comparados com grandes nomes do gênero, mas eis que ainda cedo entraram em um hiato de dez anos sem lançar nada. Foi aí, que em 2014 presentearam os fãs com a nova Dream Within A Dreamworld, música que mostrou uma sonoridade mais ampla, explorando um lado mais pop e eletrônico. Em seguida, também fizeram um cover maravilhoso para There Is A Light That Never Goes Out dos Smiths, que ganhou o coração até de quem não era fã da banda.
Porém, apenas em 2017 que as preces de seus adoradores foram atendidas e algumas músicas novas surgiram nas plataformas digitais. Sundiver e Foreverpeople vieram com a promessa de um novo disco de inéditas para 2018. Eis que agora temos capa, tracklist e título.
O segundo disco de estúdio tem 9 faixas e se chama Creation, tem data de lançamento prevista para o dia 07 de setembro, e foi totalmente produzido por Jeff Kandefer em seu estúdio.
É com muita felicidade que tivemos a honra de mandar algumas perguntas para o fundador da banda Jeff Kandefer sobre o início do The Daysleepers, a fase do hiato e as considerações sobre o novo disco que está por vir.
Escute o novo disco Creation enquanto lê a entrevista:
A banda foi formada em 2004, em Buffalo, Nova Iorque. Como vocês se conheceram?
Nos conhecemos através de amigos em comum em nossa área. Eu sabia que Mario e Scott eram músicos super talentosos que tocavam em outras bandas, e quando descobri que gostávamos de músicas semelhantes eu pedi para que eles viessem até minha casa para fazermos uma jam session. Eu também sabia que Elizabeth, a irmã de Mario, era uma boa cantora e soaria bem em uma banda de shoegaze, então eu a convidei para participar e ela concordou. Todos nós nos conectamos imediatamente desde a primeira vez então decidimos continuar.
Seu primeiro disco foi lançado há dez anos atrás, quais memórias vocês tem daquele tempo, das composições até as gravações?
Foi um ótimo tempo! Todas aquelas músicas vieram juntas de forma tão orgânica. Eu também estava casado com Elizabeth em 2008, então aquele ano foi muito emocionante para mim. Todos aqueles sentimentos de amor e expressão artística estão todos envolvidos naquele álbum, então ele sempre será especial para mim.
Nós gravamos ele no Watchmen Studios em uma semana. Foi uma tonelada de trabalho naquela quantidade de tempo, mas estávamos preparados e tudo funcionou muito bem no final. Estamos muito orgulhosos desse disco.
A banda teve um hiato de dez anos, o que vocês tem feito durante esses anos?
Realmente vivendo a vida. Muitas coisas mudaram para todos nós depois do disco Drowned in a Sea of Sound. Tentamos começar a produzir novo material várias vezes, mas as circunstâncias não eram justas para criarmos algo que estivesse á altura do nosso padrão. Não queríamos apenas repetir o último disco, mas não tínhamos certeza de onde queríamos ir ou de como fazer isso.
Se nós apenas gravássemos um novo disco da mesma forma que fizemos com o primeiro e os Ep’s antes dele, senti que começaria a ficar repetitivo. Eu queria algo diferente para o próximo disco e eu queria que nós mesmos produzimos o novo material, mas eu ainda não tinha certeza de como fazer isso. No fim, eu consegui o equipamento que eu precisava para construir meu estúdio simples, mas poderoso. Isso abriu uma certa liberdade criativa que levou ao nosso novo disco Creation.
Em 2014 vocês lançaram uma música nova chamada Dream Within A Dreamworld que soava mais cativante e pop do que suas músicas anteriores. Como foi a aceitação dos fãs e por quê ela não está no novo disco?
Aquela música era para ser mesmo apenas um single. Estávamos experimentando gravar músicas da nossa forma e queríamos tentar algo diferente. Ela tem uma sonoridade bem new wave e anos 80 que amamos mas era muito diferente para nós.
No que diz respeito aos fãs, eles ficaram muito felizes em ouvir novo material vindo de nós e muitas pessoas absolutamente amaram aquela música! Tivemos muitos comentários legais sobre ela e estações de rádio de shoegaze ainda continuam a tocando. Houve um pequeno grupo de fãs que não gostaram da mudança mas já esperávamos isso, mas não era pra ser uma mudança permanente em nossa sonoridade, apenas um experimento.
Mais tarde decidimos que o The Daysleepers é, no fundo, uma banda de shoegaze/dreampop e se vamos nos distanciar muito daquele som seria melhor como um projeto diferente. Foi por isso que depois fizemos um grande mergulho de volta ao shoegaze com nossa faixa título Creation. Queríamos que os fãs soubessem que o novo disco seria um verdadeiro disco de shoegaze.
O último ano foi muito produtivo para vocês, há quanto tempo estiveram trabalhando em Creation?
Eu comecei a planejar e escrever o álbum seriamente no fim de 2016.
Vocês tem planos de promover o disco novo com uma turnê?
Isso seria ótimo, mas não é algo que possamos fazer com nossas circunstâncias. E também, somos artistas 100% independentes. Recebemos várias ofertas de gravadoras, algumas de selos que amamos, mas todos querem mais controle da música e royalties do que estaríamos dispostos a dar. Nós trabalhos muito duro nessa música.
Quero a satisfação de saber que tudo o que lançamos retorne a nós como criadores dessa arte. É o que parece certo para mim. Mas por causa dessa decisão isso também limita nossa exposição e não temos o financiamento de um selo para nos ajudar a pagar uma turnê.
Estamos muito bem com essas trocas. Nosso foco sempre foi criar músicas bonitas para vocês que vem do lugar mais puro e imaginável, sem restrições de gravadoras.
O que te mantém inspirado para criar músicas?
Para mim, é tudo sobre criar uma peça final de arte. Eu vivo como designer gráfico então planejo e crio o design de todas as artes que você vê em nossos discos. Amo quando a música e a arte/design estão em conjunto.
Quando seguro um disco de vinil nosso em minhas mãos e vejo pessoas ao redor do mundo, como no Brasil, fazendo streaming e comprando nossa arte… Isso me inspira! Além da natureza e a música de meus artistas favoritos. Me inspiro em tantas coisas… é difícil medir tudo.
Se você pudesse escolher uma palavra para descrever o novo disco?
Massivo!
Deixe uma mensagem para os seus fãs brasileiros.
Para todos nossos fãs brasileiros, obrigado do fundo de nossos corações por todo seu apoio! Admiramos sua cultura rica e as pessoas bonitas que vocês são. Gostaríamos de poder fazer uma turnê no Brasil e conhecê-los cara a cara mas ao invés disso por favor, aceite nosso novo disco Creation pelo que ele é… uma carta de amor para o universo e toda e beleza nele… que incluem todos vocês!