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Salvage conecta brasilidades e post-rock em novo EP ‘Desvio’

O post-rock é um dos gêneros mais interessantes justamente porque que vai contra o tradicional, dando espaço para a liberdade, a experimentação. Os timbres e texturas criam paredes sonoras que levam o ouvinte a uma viagem. E não é a toa que pra expressar esses momentos usam o termo soundcapes, algo como paisagens sonoras.

Já que mencionamos as misturas e experimentações, vamos falar de uma das bandas que tem mostrado uma das sonoridades mais interessantes do post-rock nacional, inclusive, já entraram em nossa lista de 15 bandas de post-rock nacional pra conhecer.

O SALVAGE surgiu no Rio de Janeiro em 2014, em sua proposta sonora trazem influências do math-rock, post-rock e ritmos afro-brasileiros. Essa fórmula ainda não havia sido tão explorada no primeiro discoMΔE’, lançado em 2016 com quatro músicas. O álbum colocou a banda na rota da cena independente, onde dividiram palco com nomes como: Bike, El Toro Fuerte, E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante e Odradek.

Salvage
Capa do EP Desvio

Após uma temporada de shows, os músicos deram uma pausa na banda, que depois de um tempinho voltou a se reunir em Búzios, no Rio de Janeiro para colocar as ideias em prática e se reestruturar, visualizando um futuro novo disco.

Foi deste processo que surgiram as composições que integram ‘Desvio’, o novo EP. A faixa ”AL” antecedeu seu lançamento oficial, apresentada em março desse ano. O álbum veio em julho, conta com 4 músicas inéditas, suas gravações ocorreram entre agosto e setembro de 2019.

As influências de música regional adicionaram uma identidade forte ao som da banda, além disso, se conectam perfeitamente as estruturas dos outros gêneros. Temos aqueles lances mais métricos de guitarra herdados do math-rock, que vão de encontro ao ritmo de baião ou ora com percussões que vão preenchendo a música em um ritmo bem leve e agradável, como por exemplo na faixa ”Lasso”.

Em ”Sorte Ferida” somos introduzidos com calmaria pelos riffs de guitarra, e ao decorrer dos 4 minutos da faixa acompanhamos seus momentos de evolução, que vão de passagens mais ”grosseiras” até as mais rítmicas em seu final.

Pra fechar temos ”Maré Baixa”, e ela parece reunir tudo muito bem redondinho, como comentei anteriormente, as músicas tem toques tão suaves que trazem uma calmaria boa, difícil não se manter relaxado ouvindo, mesmo vivendo na selva de pedra.

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