Pastel Coast: novo disco é a trilha sonora dos dias gloriosos de verão

O quinteto francês Pastel Coast composto por Quentin Isidore (vocal), Renaud Retaux (baixo), Ingrid Letourneau (teclado), Benjamin Fiorini (bateria) e Marion Plouviez (guitarra), vem das margens de Boulogne-Sur-Mer (Bolonha do Mar), uma pequena cidade com pouco mais de 42 mil habitantes.

Tudo começou como um projeto solo de Quentin Isidore (vocal), embalado pelo pop indie de bandas como Beach Fossils, The Drums e DIIV, ele decidiu convidar alguns colegas para tornarem as coisas mais reais e trabalhar em cima de suas composições praianas.

Em 2019 estrearam com ‘Hovercraft‘, o primeiro álbum, segundo ele: ‘as 10 músicas caminham na linha tênue entre um dia alegre debaixo d’água e uma sensação melancólica de quando o verão termina‘.

Com esse disco eles tiveram a oportunidade de participar do NOUïS du Printemps de Bourges, responsável por selecionar novos talentos, além de tocarem no Festival du Prix Société Ricard Live Music na edição de 2020.

Pastel Coast


Após um curto período Quentin voltou a trabalhar em novas composições durante a pandemia, no entanto, dessa vez os processos para o novo disco foram feitos de forma solitária e dentro de seu quarto. Mesmo que essa nova situação pudesse influenciar em climas mais melancólicos, ele decidiu criar um disco positivo, cheio de cores e atmosferas de veraneio.

Em 2020 divulgaram dois novos singles para dar uma prévia do que viria no futuro. ‘Rendezvous‘ é influenciada por bandas como Vampire Weekend e Phoenix, já ‘Dial‘, é a trilha sonora de conversas ensolaradas ao telefone. Com o pé em 2021, eles lançaram mais duas músicas, ‘Sunset‘ e ‘Distance‘, mantendo a vibe leve e alegre do disco.

Sun é o fruto de um processo solitário, mas mergulhado nos devaneios coloridos e ensolarados. As dez músicas passeiam pelos climas otimistas e ora um pouco melancólicos. No fim, o intuito é que as composições penetrem no ouvinte como raios de sol em dias desperançosos ou sem graças.

Batemos um papo com Quentin Isidor, fundador da banda sobre sua história, as memórias do primeiro disco e como foi trabalhar em seu sucessor. A entrevista você confere logo abaixo:

O que vocês podem nos contar sobre o início da banda, como se conheceram e como escolheram tocar esse tipo de som?

Olá Rebobinados! Comecei o Pastel Coast alguns anos atrás como um projeto solo e fiz cerca de vinte shows. Foi então que comecei a procurar por músicos para se apresentarem comigo nos palcos e compartilhar essas sensações.

Eu queria que a minha música fosse mais humana. Conheci Marion e Benjamin, nós compartilhamos a mesma paixão por shoegaze e dream pop. Eles se juntaram a mim e Ingrid Renaud, eram meus colegas de escola quando eu era um pouco mais jovem. Trabalhamos nas minhas composições e fizemos do meu bedroom pop um verdadeiro pop para os shows ao vivo.

Vocês vem de uma cidade pequena da França, como é viver aí, existe uma cena musical interessante?

Venho de Bolougne sur mer. Uma cidade na costa…. então sim, ela tem um impacto nas melodias e cores da minha música, mas acho que não consigo dizer se há uma cena na cidade. Acredito que nossa localização próxima da Inglaterra (apenas 36 quilômetros) cria um tipo de música híbrida com os idiomas francês e inglês.

Em 2019 vocês lançaram seu primeiro disco ‘Hovercraft’, quais memórias vocês compartilham daquele tempo?

O modo como produzimos o disco e as dez músicas novas são muito parecidas com o que foi o Hovercraft. Eu escrevi e gravei elas talvez umas dez vezes, sozinho comigo mesmo. A grande diferença é o lugar em que elas foram criadas.

Fiz o Hovercraft no estúdio de um amigo. Para o novo disco, eu me senti totalmente sozinho, gravando as músicas no meu próprio home estúdio. Era um bom lugar para experimentações e tentativas, mais pessoais, talvez assistindo a arte de Matisse ao mesmo tempo.

Percebemos uma grande mudança desde Hovercraft até os dois novos singles lançados, eles são bem mais dançantes e alegres. Qual a inspiração para essas duas músicas?

É verdade que o novo disco é cheio de cores. Eu queria fazer um disco positivo, mas acho que a minha música é mais sprinkled. Algumas melodias podem ser felizes ou tristes se você quiser que elas sejam assim ou não quando escuta a cada uma das faixas. Gosto de cultivar uma espécie de segunda leitura.

O que posso dizer é que todas essas cores misturadas criam uma textura solar. Eu costumo ouvir algumas bandas como Phoenix ou Air, aquele tipo de pop francês usando fórmulas do passado com uma nova visão, uma nova visão da modernidade.

Como foi para a banda gravar um novo disco em meio a situação da pandemia?

Foi particular… O disco inteiro está cheio de referências de viagens e explorações, mas o escrevi sentado entre quatro paredes. O que é muito estranho também, no fim eu sinto que gostei disso. Foi o momento para cultivar a textura da minha música, a cor de cada teclado.

Com o meu novo disco eu tentei pintar o sol com os instrumentos como se eu quisesse torná-lo real dentro do meu quarto. Uma expedição solar para se sentir livre.

Com quais artistas vocês gostariam de tocar ou colaborar num futuro próximo?

Gosto do som do Born Idiot, uns caras franceses de Rennes. Eu gosto da voz de Benmahammed e a forma como eles usam efeitos particulares nos teclados oldschool, eles tem um som bem contemporâneo, é inteligente.

Se vocês fossem invisíveis por um dia, o que escolheriam fazer?

Se eu fosse invisível? hmmmm talvez eu faria o mesmo que estou fazendo agora. Eu tentaria aprender a voar. Finalmente, se você mudar a escala, somos todos invisíveis, nada além de todos ao mesmo tempo.

Se vocês pudessem escolher um filme para ter uma de suas músicas como trilha sonora, qual filme e música vocês escolheriam e por quê?

Gosto de tensão e oposição no cinema. Gosto quando a música e o cenário são tão diferentes, mas criam juntos uma atmosfera particular. Tarantino é o rei disso. música moderna, referências antigas. O Nolan também é um bom realizador com um bom senso de detalhes, gosto disso.

Quando eu escrevo uma música posso passar dez horas em um teclado … mas também 3 segundos em uma guitarra ou olhando para o nada enquanto ouço horas e horas … Sim, talvez eu diria que “Time” é uma coisa realmente impressionante para mim e eu escolheria o novo filme de Nolan (Tenet). Adivinhe o que ele encontrará desta vez!

Obrigado pelo tempo respondendo as perguntas, fique à vontade para deixar uma mensagem.

Muito obrigado, Rebobinados. Espero conhecê-los um dia, nos vemos na estrada. 🙂

Escute Sun:

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