Há mais de 1000 quilômetros de distância e quase no coração do Brasil, está localizada Brasília. Que dizem alguns que já foi a capital do rock, grandes e importantes nomes da música nacional foram exportados de lá para todo o Brasil e mundo.
Numa época boa em que o rock era influente, forte, crítico, poderoso… A grata surpresa foi conhecer o Palamar, uma banda nova, que surgiu no fim de 2017 na capital brasileira ainda como trio.
Hoje um quarteto formado por Galvão, Pedro, Heitor e Guilherme. Donos de um som lisérgico, viajante, de espírito jovem. Em seu primeiro ano de estreia lançaram o primeiro EP, Horizontes Submersos, com cinco faixas produzidas por eles mesmos.
No ano seguinte, já começaram a trabalhar no sucessor, o resultado é o primeiro single lançado recentemente sob o nome de “Rebordose”. Uma sonoridade de qualidade, que renova nossa sede por bandas novas e que representem bem o rock nacional, sucesso e vida longa ao Palamar!
Como aconteceu a ideia de formar a banda e a escolha do nome, vocês já se conheciam ou tiveram algum projeto anterior?
Nos conhecíamos de outros rolês, eventos e festas… Eu (Galvão) e Santos tínhamos acabado de sair de um banda, sem nada pra fazer e muito pilhados em fazer algo novo… Chamamos o Heitor pra assumir a guitarra e a partir daí é só história; Palamar não tem significado, é o que é, por essência.
O primeiro EP Horizontes Submersos foi lançado em 2017, como foi o processo de composição e gravação, as ideias fluíram ou existiu algum empecilho durante esse período?
Uma fase de reconciliação de vontades, foi o início de um passo enorme para todos, uma gravação com identidade própria, ardor e o tempo de cada um envolvido ali. Após uma averiguação e reconhecimentos de ambientes por várias sessões de jam registradas (tá no nosso Soundcloud/// Demos), incorporamos o que a Palamar tinha pra soar e destrinchamos junto do tempo que tínhamos.
Existem bandas que costumam compor suas letras com base em livros, situações do cotidiano ou até ficções, pra vocês, de onde vem as inspirações na hora de escrever uma letra?
Temos um querer maior com o instrumental, deixamos um pouco de lado toda essa preocupação em relação à construção de letras e recados, soamos como forma de complemento para o todo, nada é muito esclarecido, as letras tem seu aspecto de desnorteio de forma proposital, mesmo assim são trabalhadas envolta de outra referências: A vida e seus barulhos que teimamos em negar escutar, conselhos ruins, falta de determinação em certos pensamentos, desafios… É algo bem natural, bem humano, nada especifico.
Falando ainda de inspirações, sobre a sonoridade, quais artistas nacionais e internacionais influenciaram vocês?
Frank Ocean, Gal Costa, Lê Almeida, Hurtmold e Walter TV.
Como anda a cena musical de Brasília, vocês acham que perderam o título de capital do rock?
Nunca conseguimos enxergar esse posto de capital do rock de uma forma espontânea, foram tempos de desamparo e essa tradição quase que forçada, traz suas maldições e bênçãos a esse solo desde então, onde ouro é ofuscado e o contrário ganha cena, esse é exatamente o ponto, onde bandas maravilhosas se descarregam antes mesmo de serem notadas, espero que isso mude, que o público consuma mais arte, que os artistas dêem mais valor e que seja cooperativo o tal mito da cena.
Quando não estão no palco ou compondo, o que mais gostam de fazer pra passar o tempo, algum hobbie específico?
Fazendo parte da cidade, trampando ou estudando, mas sempre criando ou tentando criar algo em volta de intenções próprias…
Recentemente vocês lançaram um novo single, para a música Rebordose, quais são os planos futuros, o disco deve sair ainda esse ano?
Não, o álbum não sai esse ano… Os planos remetem à mais shows e processos de composição, focar em conceitos que consigam rumar a um plano de álbum que nos justifique, que a arte que a gente faz alcance mais pessoas, mais festivais, mais ocasiões.
O plano ainda é se encontrar mais uma vez como no inicio das primeiras gravações, uma ideia e coragem!! Agora com uma certa expectativa e maturidade, tudo fica mais incorporado ao peito aberto e à crítica, foram esses aspectos que formaram muito do que o nosso trabalho anda consistindo, sabemos lidar e esperamos o melhor de cada um.
Muito obrigado pelo tempo em falar com a gente, deixem uma mensagem para quem ainda não conhece o som de vocês.
O recado que a gente deixa é: Se mantenham plenos e tenham cuidado com a polícia.