Monitors coloca todos pra dançar com seu pós punk eletrônico em ‘The War Office’

O trio Monitors retorna com seu segundo EP recheado de climas agitados e potentes. Em The War Office, as seis músicas circundam as atmosferas sombrias do pós punk e os climas dançantes do synthpop.

Podemos resumir essa sonoridade com uma fusão entre os queridos do New Order e os vampirões do Bauhaus. Essa dualidade de climas resulta em músicas bem-produzidas e que prometem fazer barulho na pista de dança (assim que possível, é claro).

A banda surgiu da amizade entre três rapazes de diferentes culturas, vindos de países como Inglaterra, França e Bosnia, Chris Remick (vocal), Emil Balic (baixo) e Féodor Trotta (bateria) compartilham de seus muitos gostos em comum. Esse é o novo material após o último disco lançado em 2019 sob o título de Notes From the Aftermatch.

Monitors

O disco e seu conceito

Neste álbum a banda busca expandir mais os temas de suas letras, aqui são abordados alguns como corrupção política, isolamento, vícios e ecologia, assuntos que fazem parte do furacão de emoções que assola o nosso mundo em tempos pandêmicos.

O título The War Office é inspirado em uma sala localizada no Ye Crack, um famoso pub de Liverpool onde pessoas discutiam sobre a Segunda Guerra e o colonialismo britânico. Algumas celebridades como John Lennon e Stuart Sutcliffe eram frequentadores assíduos do local.

A foto da capa foi tirada em Merseyside, cidade onde o vocalista Chris vivia, segundo ele:

‘Nós, como banda, nos identificamos com os garotos nessa imagem. Há uma mistura de emoções nessa foto justaposta entre suspense e incerteza e esperança e solidariedade. E também amamos sinuca!”

Chris Remick
Monitors


A abertura fica por conta de ‘The Drill’ e sua explosão sonora, com um baixo possuído pelo fuzz, enquanto a bateria entra em um ritmo dançante e chega até aos vocais e guitarras que criam uma energia constante até o fim.

Ela soa como aquela música pra você se acabar em um show ao vivo (sentimos saudade disso). As letras foram inspiradas nas loucuras do alemão August Natter, precisamente após um acontecimento, o artista teve uma alucinação onde viu cerca de 10 mil imagens em 30 minutos e acreditou ser um filho ilegítimo de Napoleão e um redentor do mundo.

Em ‘Glass‘ o grupo pisa em territórios mais melódicos e também abusa dos sintetizadores até chegar em ‘Roses & Wine‘, que traz uma dinâmica um pouco diferente, mais romântica, certamente podemos destacar como a balada do disco.

O baixo sombrio e os beats nas ondas do pós punk anos 80 vem com ‘Previously…’, e promete agradar os fãs da música gótica. Em seguida, ‘Terms & Conditions‘ mostra um pouco mais dessa dinâmica em explorar alguns climas diferentes e eletrônicos, lembrando facilmente algo do Depeche Mode do fim dos anos 80 e começo dos 90.

Fica a cargo de ‘Bloody Mary‘ fechar o disco, ela foi inspirada no filme Bad Lieutenant (Vício Frenético) de Abel Ferrara, que conta a história de um policial afundado em dívidas que usa de sua autoridade para explorar garotas jovens, drogas e desviar dinheiro, no entanto, aqui o trio modificou o personagem para uma mulher.

Na sonoridade, as baterias com aquele som meio abafado e típico dos anos 80 junto dos sintetizadores abrem caminho para a voz grave de Chris que nos lembra facilmente Peter Murphy em uma de suas músicas mais obscuras com o Bauhaus.

The War Office’ é uma boa pedida para fãs do pós punk e música eletrônica da década de 80, mesmo assim ainda perdura um certo ar moderno de Franz Ferdinand e The Horrors que promete cativar os fãs da música indie e alternativa.

Faixas em destaque que você pode gostar: The Drill, Previously… e Bloody Mary.

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