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Melhores discos internacionais de 2019

Então é Natal e o que você fez? Quando essa música tocar, poderemos dizer que conhecemos artistas incríveis e ouvimos álbuns excelentes nesse ano. Algumas coisas que vamos mencionar aqui possivelmente não vão ser surpresa para vocês já que foram mencionadas anteriormente como destaques. A surpresa foi realmente notar que tivemos muitas coisas boas esse ano. Valeu a pena, né?

American Football – American Football (LP3)

É difícil ser emo, né? Esse álbum foi meu alimento dia e noite nesse ano, amo com todas as minhas forças, virou um dos álbuns preferidos da vida. Muito gostoso sofrer ouvindo essa belezinha, até fingi que tive algumas paixões inesquecíveis para poder sofrer com mais intensidade.

Poucas coisas nesse ano me deram tanta paz e prazer quanto curtir esse álbum durante minhas intermináveis viagens de ônibus. É como se eu mesma estivesse me machucando, porém me curando ao mesmo tempo. Uma loucura, eu sei, é muito amor envolvido.

American Football você quer o mundo? Eu te dou! Esse disco pra mim é como flutuar em uma galáxia repleta de doces melodias. Emo, midwest emo, post-rock, shoegaze e um math rock suave, e você ainda quer mais? Mike Kinsella te dá. E ainda te dá Elizabeth Powell, Hayley Williams, Rachel Goswell. Acho que não poderia ter sido mais perfeito.

DIIV – Deceiver

Provavelmente o meu álbum preferido do DIIV até agora. Não que DIIV tenha feito algo até agora que não fosse extremamente bom, mas esse álbum realmente me conquistou.

Shoegaze totalmente original, com umas pitadas de alternativo raiz dos anos 90. Tudo que eu poderia esperar de uma banda de shoegaze DIIV me deu. 2019 valeu a pena por ter tido a benção de ouvir essa beleza. Mal posso esperar pela volta deles ao Brasil, vocês vão me ver pulando e cantando muito nesse show.

Alcest – Spiritual Instinct

Minha banda preferida da vida lançou um álbum, é claro que ele não ficaria de fora da minha lista de melhores do ano. Especialmente porque você nunca espera coisas previsíveis do Neige, são sempre surpresas, sempre tem um conceito gigantesco por trás de cada álbum, é uma junção de todas as artes juntas.

Um dia eu gostaria de ter esse senso artístico refinado, por enquanto me resta recomendar álbuns aos meus queridos leitores por meio das minhas listas de indicações. Spiritual Instinct é um disco denso, carregado de emoções, transcendental, catártico, melancólico e turbulento.

Duster – Capsule Losing Contact

Capsule Losing Contact foi o maior presente que um fã de Duster poderia receber. 51 músicas dos discos Stratosphere e Contemporary Movement além dos EP’s e algumas músicas inéditas. Space rock, indie, shoegaze e slowcore de primeiríssima qualidade. 

Caroline Polachek – Pang

Caroline Polachek é uma das grandes surpresas pra mim nesse ano. Eu fui lerda e só descobri esse álbum incrível quando estava pensando nessa lista. A Caroline era do duo de indie pop chamado Chairlift. O álbum Pang é uma mistura excelente de art pop e música eletrônica.

E pensa numa voz espetacular, poderosíssima, potente e angelical. Eu olho pra esse disco e a persona dele é tudo que eu gostaria de ser, um disco dançante, pra cima, dramático e intenso. Eu basicamente respiro rock alternativo, mas quando eu ouço músicas pop em uma qualidade tão boa quanto essas, eu sinto que tenho que compartilhar com o mundo também.

Então acho que mesmo que pop não seja muito sua praia, acho bem impossível não curtir esse disco, vale a pena conferir.

​girl in red – BEGINNINGS

Esse disco, que na verdade é uma compilação dos dois primeiros EPs da norueguesa Marie Ulven, foi escolhido por nós como um dos melhores álbuns do ano. Esse compilado marca o começo da carreira dela e o fechamento de um ciclo. Ela é um belíssimo exemplo de jovens tristes que fazem músicas em seu quarto, já que ela aprendeu sozinha a tocar guitarra e piano em pouco tempo.

Começou a gravar suas próprias músicas e divulgar através da internet. Ela aborda diversos temas como saúde mental, sexualidade e autoconhecimento com muita verdade, o que faz a gente se identificar imediatamente. Uma voz doce e melódica, música alternativa, indie pop/dream pop da melhor qualidade. 2020 nos promete mais lançamentos desse ícone aí.

Tamaryn – Dreaming the Dark

Eu já tinha dado a dica no post de lançamentos de 2019 feito em março sobre esse disco excelente. Mas viemos reforçar a grandiosidade desse discão e dessa artista incrível. Um disco forte, cheio de personalidade, uma mistura de luz e escuridão.

Basicamente música triste pra dançar enquanto você pensa na sua vida, dançando as mágoas e as dores, usando a tristeza como uma forma de se levantar e lutar, renascendo das cinzas com muito mais força, nesse momento você já está inabalável, pois o pior já aconteceu e você aprendeu a lidar com isso da melhor maneira que pode.

Aquele disco pra você ouvir depois de tomar um pé na bunda pra se levantar e se lembrar da rainha empoderada que você é, né meninas? Poderosíssima como a espada de um samurai, fênix ressurgida, um ícone mesmo. Uma mistura de shoegaze com dream pop gótico e como ela mesma descreve, um lugarzinho entre o pop e o post-punk.

As bandas de referência são Cocteau Twins, Tears for Fears, Depeche Mode e The Cure. Um rock alternativo cheio de referências pop com a melhor inspiração dos anos 80 possível.

For Tracy Hyde – New Young City

Para quem é fã de shoegaze, dream pop ou indie pop japonês, vale a pena conferir o lançamento da For Tracy Hyde. Eu sou suspeitíssima pra falar porque eu já fiz trocentos posts pra enaltecer o gênero, mas essa é uma das bandas que sempre chama minha atenção.

Linhas de baixo lindíssimas, uma voz extremamente doce e relaxante, melodias felizes e dançantes, como um belo dia ensolarado. Eu gostaria muito de viver nesse mundo colorido e cheio de amor criado por  Eureka, 夏bot, U-1 e Mav.

Bat For Lashes – Lost Girls

“Lost Girls” quinto disco do Bat For Lashes é tudo pra mim! A maravilhosa Natasha Khan conseguiu apresentar músicas tão lindas e nostálgicas, totalmente influenciadas pelo pop dos anos 80, umas pitadas de The Cure, Madonna ou Depeche Mode.

As batidas e os sintetizadores acompanhados pelos lindos vocais dela criam uma vibe tão gostosa de se ouvir, que ficam várias semanas no repeat, esse disco também poderia ser facilmente a trilha sonora de uma temporada de Stranger Things.

FKA Twigs – MAGDALENE

Que mulher e que disco! Quem não esperava por material novo foi pego de surpresa, depois de uma pausa desde o último EP lançado, FKA Twigs logo de cara nos apresentou ”Cellophane”, uma música destruidora de sentimentos, uma das coisas mais lindas que ela já gravou, e podemos dizer que o disco superou as expectativas.

As músicas são maravilhosas, notamos facilmente que aqui ela fala escancaradamente sobre seus sentimentos, relacionamentos, angústias, um som moderno e às vezes até etereal a lá Kate Bush, que saudade dos gemidões da Twigs!

Weyes Blood – Titanic Rising

Delicado, intenso e emocional, se você escutou ”Andromeda” e não se apaixonou, tem algo de errado, esse disco poderia ser facilmente uma trilha sonora.

Aqui Natalie aborda sentimentos contemporâneos, nossa falha ao amar através da tecnologia e como ela mudou as coisas, as músicas tem tamanha beleza, um trabalho de cordas com momentos sensíveis e que te fazem até arrepiar os pelinhos do braço, como na faixa ”Movies” onde seus vocais chegam a um patamar tão emocionante, disco necessário!

Angel Olsen – All Mirrors

Que grata surpresa! Essa mulher nos conquista facilmente com essa voz, essas músicas, esse disco, escutamos ”All Mirrors” por diversas vezes e já parecia o bastante, até explorar o disco por completo.

A beleza e o drama, as composições que misturam momentos mais orquestrais a batidas eletrônicas, que de repente saem de uma vibe mais calma, soturna, para algo mais épico é perfeita demais, depois desse lançamento ficaremos de olho em tudo o que Angel Olsen lançar.

Fontaines D.C. – Dogrel

Essa banda irlandesa foi uma das melhores coisas que surgiram nesse ano, um pós punk com a cara do fim dos anos 70, ouso dizer que são o Joy Division dos novos tempos.

As músicas são fiéis ao estilo, com alguns momentos mais punk rock como a faixa ”Sha Sha Sha”, ou mais melancólicos como ”Roys Tune”,  mas definitivamente ”Television Screen” tem o título e a sonoridade de uma banda de pós punk da década de 80, muito bom ter Dogrel como um dos melhores discos do ano, em meio a tantas bandas genéricas do estilo.

ionnalee – REMEMBER THE FUTURE

Sempre conceitual, ionnalee volta com seu segundo disco, quem a acompanha há um tempo com o projeto iamamiwhoami é suspeito para falar, o show em São Paulo no ano passado também foi essencial para que ficassemos mais apaixonados ainda.

Esse disco tem ótimas músicas, o conhecido pop eletrônico experimental, talvez até um pouco mais comercial, mas não é um ponto negativo, ionna continua mantendo sua qualidade e inspiração, aqui o sintetizador rola solto, do jeito que a gente gosta.

KÁRYYN – The Quanta Series

Temos aqui uma revelação do ano, KÁRYYN é uma cantora americana descendente de sírios, The Quanta Series é seu disco de estréia, e trata-se de um trabalho fora da caixinha.

Sua mistura de eletrônico indie com alguns momentos etereais e glitch, com batidas frenéticas e quebras em meio a vocais sensíveis, trazem fortes influências de trabalhos da deusa BJörk e aquele seu pop eletrônico diferentão, em outras palavras, eu diria que é como se Arca e FKA Twigs tivessem um filho, ele seria esse disco.