O pós-punk foi um dos principais gêneros que comandavam o rock nacional, principalmente na década de 80, enquanto The Cure, Siouxsie and the Banshees, Bauhaus e Joy Division agitavam a cena inglesa, tínhamos os nossos representantes aqui, inclusive, bandas que já foram muito famosas naquela época, como Arte no Escuro, Varsóvia, Vzyadoq Moe, As Mercenárias entre outras, com aparições em horário nobre, ou tocando em rádios de todo o país.
Nos últimos anos houve um certo revival para algumas dessas bandas, e também muitas outras sugiram, carregando boas referências do estilo que predominou nos anos 80 junto de influências mais contemporâneas do chamado indie rock e até mesmo da psicodelia ou do pop, alguns bons exemplos são Interpol, Editors e White Lies.
Nessa mesma vibe, surge em 2015 o IORIGUN, uma banda impressionante da cidade de Feira de Santana, na Bahia, formada por Iuri Moldes (guitarra, vocal), Moyses Martins (baixo), Fredson Henrique (guitarra) e Leonel Oliveira (bateria).
O primeiro EP Empty.Houses/Filled.Cities saiu em 2017, as quatro músicas do disco traziam ares mais dançantes, ora sombrios e psicodélicos, embalados por esses gêneros. Logo de cara podemos notar intensidade e energia, algo que eles puderam mostrar também durante suas apresentações ao vivo em alguns primeiros shows onde foram muito recebidos pelo público.
Agora em 2018 eles lançam seu novo EP intitulado Skin, segundo os próprios integrantes: “Skin é uma viagem por dentro da pele. Por dentro de si. Por dentro do outro. O EP está dividido em duas partes: ‘Birth of Venus’ e ‘Death of Spirit’. É o nascer e o quebrar. A superfície e o profundo. Musicalmente o EP se transforma de riffs melódicos à estranheza e obscuridade. As músicas ficam mais tensas, remetendo uma escavação profunda do ser…”
O disco foi produzido por Iuri e Moyses e lançado pelo selo Midsummer Madness, as seis faixas dão continuidade ao trabalho anterior, de forma majestosa.
Hold On abre o disco com riffs de guitarra mais enérgicos e baterias dançantes, e um refrão que depois de duas ou três vezes ouvindo já não sai da cabeça, inclusive os vocais de Iuri se diferenciam da maioria, não espere nada na linha mais grave e sim melódica. Intimacy segue com uma pegada mais cadenciada, interessante o quanto todos os instrumentos estão em sintonia
A interlude Under My Skin tem um ar sombrio e misterioso e faz ponte para In the Edge of Something Big, a partir daqui a sonoridade tende a puxar mais para o lado ”obscuro da coisa”, mas antes que eu diga isso, o refrão foge um pouco dessa ideia e temos até momentos psicodélicos, Fight to Forget foi a primeira música lançada, os riffs iniciais lembram bastante o Interpol durante a fase Turn On the Bright Lights, essa é uma das melhores músicas do disco.
The Trickster No. 2 fecha o tracklist, mesmo sendo a faixa mais longa, ela une boas doses de psicodelia e pós punk. Skin é um daqueles EP’s pra ficar no repeat e merece todo o reconhecimento possível, tenho certeza que vocês ainda ouvirão falar muito no IORIGUN.
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