Heretoir e a simpatia do blackgaze

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Sexta feira santa é a data perfeita pra ver um show de uma banda de blackgaze/DSBM/atmospheric black metal alemã chamada Heretoir que eu jamais pensei que poderia ver no Brasil.

Algumas bandas similares do gênero podem ser citadas como Deafheaven, Alcest (essas duas sendo as mais mainstream do gênero), Lantlos, Amesoeurs, Unreqvited, Les Discrets (saudades), Coldworld, Ghost Bath, Sylvaine e por aí vai. Particularmente gosto muito de todas essas que citei, e sou bastante fascinada tanto pelo blackgaze quanto pelo DSBM.

Acho incrível a união do shoegaze com o black metal que podia parecer algo improvável, mas que soa tão bem e fica maravilhoso. E o DSBM tem o poder de consolar o coração de jovens depressivos por aí. Já tive minhas fases de só ouvir isso boa parte do dia, agora depende do meu estado de humor.

Mas enfim, voltando a banda Heretoir. Foi criada em 2006, porém seu primeiro álbum full length homônimo só foi lançado em 2011. Justamente na época que bandas como Alcest, Les Discrets e Lantlos também lançavam álbuns que hoje em dia seriam relembrados como os mais marcantes do gênero.

Em 2012, viria o álbum Substanz com algumas regravações do primeiro álbum e algumas faixas bônus. Em 2017, foi gravado aquele que pra mim e para muitos fãs da banda é o melhor e mais marcante álbum. The Circle pra mim é um dos melhores do blackgaze em si. A qualidade e a riqueza das músicas é um tesouro eterno. Recentemente, em 2023 lançaram o álbum Nightsphere e em 2024 anunciaram uma tour pela América Latina.

O som estava muito bom, fiquei surpresa pela qualidade do som, eu nunca tinha ido na casa de shows House of Legends, que é uma casa que cabe umas 200 pessoas em média lá em Pinheiros. Me surpreendeu positivamente a quantidade de fãs no local, fiquei feliz com a aderência do público ao show em um feriadão.

O vocal do Eklatanz é impressionante, uma potência vocal tremenda, com uma qualidade tão boa quanto do álbum. Foi incrível poder presenciar seus guturais e seu vocal limpo ao vivo. A banda cheia de carisma, simpatia e gentileza com o público. Pareciam genuinamente felizes de tocar por aqui, porque é algo que nem os fãs imaginavam e provavelmente nem eles também.

Sempre chamando o público pro headbanging, por vezes podia ver a plateia se emocionar e fazer o headbang ao som da música, porque essa é a verdadeira forma que o metaleiro mostra que está gostando da música. Impossível não se contagiar.

Pra mim os pontos altos foram as músicas do The Circle sendo tocadas, muito bonitas e músicas que me tocam bastante. Por diversas vezes senti o vocalista Eklatanz bastante emocionado e bem feliz. Um cara extremamente simpático e gente fina, além de muito talentoso e com uma presença de palco fenomenal.

Foi um show que vou guardar na memória com muito carinho, apesar de não ter visto inteiro, porque moro longe e precisava pegar o trem (o drama do proletariado). Espero ansiosa pela volta deles, com outros álbuns, talvez em algum festival colaborando com outros artistas e com o talento de sempre.

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