Wolfheart e Fleshgod Apocalypse fazem apresentações devastadoras em São Paulo

Fleschgod Apocalypse

Na quarta-feira de feriado (1 de Maio) São Paulo recebeu dois ótimos nomes do metal extremo. As bandas Wolfheart (Finlândia) e Fleshgod Apocalypse (Itália), se apresentaram na The House (antigo Hangar 110) com produção da EV7 Live.

Cheguei na casa por volta das 18h50 e as portas ainda não estavam abertas. Uma fila com um número considerável de fãs aguardava, no entanto, em de dez minutos a entrada foi liberada.

O primeiro show da noite começou por volta das 19h45 com o Wolfheart. A banda finlandesa é formada por Tuomas Saukkonen (guitarra, vocal), Mika Lammassaari (guitarra), Lauri Silvonen (baixo, vocal) e Joonas Kauppinen (bateria).

Subiram ao palco fazendo sua estréia em terras brasileiras, essa é a primeira vez que a banda vem à América do Sul. O disco mais recente Constellation of the Black Light foi lançado em 2018 pela Napalm Records.

A apresentação foi intensa e pesada, uma banda muito boa no palco, com riffs rápidos e destruidores. Ora tivemos atmosferas mais arrastadas e melódicas com influências do doom e folk que não são tão perceptíveis no som, mas sim nas letras que falam sobre natureza, guerreiros e apocalipses.

O público ainda pequeno estava tímido, mas aos poucos foi ganhando intimidade, com moshpits, gritos e aplausos durante os 45 minutos de apresentação. O setlist mesmo que curto passou por toda a discografia, a faixa Boneyard já conhecida pelos fãs finalizou o show. A banda estava feliz por tocar pela primeira vez para o público brasileiro, agradeceu a presença de todos e saiu do palco muito ovacionada.

Em menos de trinta minutos após o primeiro show, o palco já estava montado e todos os instrumentos prontos para receber a atração principal da noite. Essa é a segunda vez dos italianos do Fleshgod Apocalypse aqui. A primeira aconteceu em 2017 ao lado dos gregos do Septic Flesh.

Exatamente às 20h53 os integrantes subiram ao palco para o delírio do pequeno público que os aguardava ansiosamente. Logo de cara deram início com a destruidora ‘The Violation’ do disco Agony. Em seguida, ‘Healing Through War’ do disco King de 2017, uma dobradinha matadora capaz de quebrar o pescoço de qualquer um.

Uma pequena pausa e continuaram com ‘Cold As Perfection’ que se destaca pelos vocais de opera, feitos pela incrível Veronica Bordacchini que excursiona com a banda ao vivo.

Mais uma pequena pausa para conversar com a audiência, e o vocalista Francesco Paoli disse que eles iriam lançar um disco novo chamado Veleno. Em seguida, tocaram uma música desse disco, a resposta foi imediata, então seguiram com ‘Sugar’, primeiro single.

O setlist contou com músicas de todos os discos e parece ter agradado os presentes. Destaque também para mais uma música nova que estará no novo disco, intitulada ‘Fury’. Não podiam faltar também ‘The Fool’, ‘Epilogue’ e ‘The Egoism’.

Já fui em alguns shows de metal extremo, mas nenhum comparado a esse, é difícil ficar parado em qualquer música. Essa mistura de death metal com orquestras, duetos entre guturais e vocais de ópera femininos e masculinos fazem com que tudo fique mais ”freak”.

Mais uma pequena pausa e a banda volta ao palco para finalizar sua apresentação com ‘The Forsaking’. Os fãs abriram uma grande roda de mosh pit no meio da pista para fechar também com chave de ouro.

As duas bandas fizeram apresentações impecáveis, poderosas e devastadoras. Era visível que cada integrante estava se doando, e imagino que esses caras devem ficar bem cansados com toda essa intensidade.

O ponto fraco ficou por conta do público que desapontou, acredito que não haviam nem trezentas pessoas presentes ali. Isso é algo que a própria bandou notou ao se despedir dizendo que ”com certeza irão voltar e que esperam que tenham um público maior e maior e maior… ”.

Uma pena, visto a qualidade de ambos e sabendo que é tão difícil ter um show dessas bandas por aqui. Mas já notamos que os brasileiros se acostumaram com o ”mais do mesmo”, shows do Iron Maiden, Metallica e derivados continuam sempre com sold out, mesmo não trazendo nada de novo aos fãs. Parabéns a produtora EV7 Live pela iniciativa em trazer bandas com esse tipo de som.