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Cosmo Room: duo experimenta com o stoner, post-rock e disco em novas músicas

Cosmo Room é um duo formado por Enrico Herrera (Riders of Death Valley) e Gale Fernandez (Tropical Riders), integrantes de outras bandas da cena stoner nacional, gênero que inclusive é muito forte aqui, com ótimos artistas em todos os cantos do país. No entanto, o Cosmo Room se diferencia dos demais por experimentar com outros estilos musicais, fato que traz um tempero a mais em suas músicas.

A dupla começou o ano com dois ótimos lançamentos, ‘Sexy Swing‘ e ‘Esquire‘, ambas lançadas pelo selo nacional Abraxas Records, forte apoiador da cena stoner no Brasil e responsáveis por trazer shows internacionais de grandes nomes do estilo, alguns como: Samsara Blues Experiment, Belzebong, Stoned Jesus e The Shrine.

A primeira música divulgada foi ‘Esquire‘, passeando por climas mais aéreos, numa pegada experimental e diria até meditativa. Já a mais recente ‘Sexy Swing‘, traz guitarras e instrumental mais rítmicos, lembrando algo do pós punk e da disco. As faixas foram produzidas pela dupla e mixada e masterizada por Raul Zanardo, já a arte dos singles ficou por conta de Patrick Oldboy.

Aproveitamos os lançamentos recentes para conhecer um pouco mais a banda e discutir outras ideias pertinentes ao som que eles fazem. Você pode conferir abaixo:

Sobre a formação do Cosmo Room, surgiu de uma ideia espontânea ou foi uma saída para que vocês pudessem experimentar mais com outras atmosferas fora de suas bandas de origem?

Gale: Um pouco das duas coisas, era uma vontade nossa criar um projeto experimental, onde pudéssemos ‘fugir’ um pouco do que já fazíamos em nossas bandas, e ao mesmo tempo surgiu de forma expontânea por conta da nossa afinidade pessoal, já tínhamos pensado em montar algo juntos e as coisas acabaram se encaminhando naturalmente.

Enrico: A gente ja tinha conversado sobre começar um projeto, mas no começo não tínhamos definido nada sobre como seriam as musicas, e ai com o inicio da pandemia em 2020 a gente começou a estruturar melhor as ideias cada um na sua casa., e depois fomos se encontrando esporadicamente e começamos a gravar.

Existe alguma história por trás da escolha do nome ou foi algo fácil?

Gale: Nós tivemos algumas ideias preliminares que acabaram não funcionando por N motivos, mas o nome Cosmo Room nasceu a partir da ideia de ‘homenagearmos’ o estúdio onde a banda foi fundada (o home studio do Enrico), já que ele fica em um quarto e as nossas ideias não tinham uma forma pré-definida, o céu era o limite.

Enrico: Desde o inicio optamos por colocar a palavra Cosmo pois é uma palavra que abraça uma ideia de expansão, mas depois achamos legal colocar o Room pra simbolizar o home estúdio aqui aonde tudo aconteceu mesmo.

Me parece que a música instrumental ainda causa algumas ideias controversas em algumas pessoas, aquele papo de que existem bandas que não conseguem prender os ouvintes. Vejo que o som de vocês é bem trabalhado e supera as expectativas, o que vocês pensam sobre isso?

Gale: A ideia de ter um projeto experimental era justamente quebrar esses preconceitos dentro de nós mesmos. Mesmo ambos ouvindo bandas e projetos instrumentais, nunca havíamos criado algo nessa linha, e dessa forma buscamos nos desafiar para sair da zona de conforto.

Enrico: Foi minha primeira experiência com música instrumental e é um estilo que eu acompanho e gosto demais, então sempre vi com bons olhos e gosto de todo tipo de instrumental. Por não ter letras a gente consegue focar mais nas sonoridades e em outros instrumentos.

Cosmo Room
Foto: Melina Kato (@mkatophoto)

Existem outros gêneros fora do eixo rock/metal que influenciam vocês? Quais artistas poderiam mencionar?

Gale: Nossas referências são cíclicas, costumamos ter fases onde ouvimos algumas coisas novas com mais afinco, em outras voltamos mais para nossas raízes. Nesses nossos primeiros lançamentos ouvimos muito Allah-Las, Altin Gun, Khruangbin, Mdou Moctar, uma sonoridade nos levasse para um lado mais oriental mas ainda voltado ao rock. Nos nosso próximos lançamentos as pessoas poderão perceber que ouvimos coisas completamente diferentes. É um processo orgânico e eternamente mutável.

Enrico: Eu gosto muito de samba e de música brasileira no geral, música caipira instrumental também (solos de viola). Ultimamente tenho ouvido muito lambada e guitarrada, Mestre Vieira e Mestre Cupijó.

Ainda que vocês sejam uma banda instrumental, talvez não sejam influenciados apenas pela música, quais outras coisas vocês poderiam citar que os influenciam fora do meio musical?

Gale: Gostamos muito de cinema, uma arte que conversa de forma íntima com a música o tempo todo. Creio que é algo que nos influencia tanto pessoalmente e individualmente como dentro da banda.

Enrico: Como o Gale disse, acho que o cinema influencia bastante, a gente conversa muito sobre filmes, e talvez a literatura, a música instrumental é um ótimo pano de fundo para viagens e reflexões filosóficas.

Quais são os próximos planos para o Cosmo Room?

Gale: Temos mais algumas músicas prontas, já em processo de finalização, e é possível que lancemos algo ainda neste ano, mas num volume um pouco maior do que soltamos anteriormente, no formato de um EP ou disco.

Enrico: Seguimos tentando produzir sem muita cobrança, ja que estamos num momento muito complicado no país, e a idéia é um formato de EP ou disco talvez.

Fotos por:

Melina Kato (@mkatophoto)

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