Eis que um novo nome desponta na cena independente nacional, prometendo fazer barulho e conquistar fãs por aí. A Celacanto é uma banda paulistana formada por Eduardo Barco (guitarra e sanfona), Giovanni Lenti (bateria), Matheus Costa (baixo) e Miguel Lian (voz e guitarra).
Não tem nada pra ver aqui é o disco de estreia do grupo, lançado pelo selo Matraca Records. Com nove faixas autorais, o álbum mergulha em algumas referências da música brasileira, do rock e do indie. Resultando em uma sonoridade autêntica e cheia de personalidade.
Com uma produção caprichada e coesa, o quarteto dá vida a um trabalho maduro, criativo e bem construído. Ao longo das faixas, podemos notar influências do rock nacional e até algumas pitadas de Radiohead. Seja nos elementos eletrônicos ou nas guitarras mais cintilantes que foram incorporadas nas composições.
Logo na faixa título já conseguimos ter uma prévia do que esperar do restante do disco. Com um som bem trabalhado e elementos diferentes rolando ao mesmo tempo, o grupo consegue fugir dos clichês que ouvimos por aí.
No entanto, vale destacar alguns momentos grandiosos que ficam por conta de “Dançando sozinho“, escolhida como um dos singles para promover o novo trabalho. A faixa tem elementos eletrônicos, bom trabalho de guitarras, bateria e violão. “É de pano” é uma das mais agitadas do álbum. Ela lembra até algo do math rock nos riffs rápidos e inconstantes de guitarra, com algumas influências de pós-punk.
Em “Desamarrado”, temos um instrumental que inicia singelo. Mas vai evoluindo, com guitarras ecoando de fundo e criando um clima confortante junto de suas belas letras. Ela finaliza com sons de sanfona e uma guitarra mais incorpada, com certeza uma das favoritas do disco.
Como comentei anteriormente, é possivel ouvir claras influências de Radiohead, principalmente em alguns riffs de guitarra e instrumentais. A faixa “Vendo Demais” faz bonito e consegue trazer esses elementos numa construção bonita e densa.
O trabalho coloca a Celacanto na rota de nomes que merecem destaque na cena nacional. Uma banda jovem, mas que já mostra um trabalho coeso, de qualidade, criativo e bonito.