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Adorável Clichê traz letras profundas e boas doses de shoegaze e rock alternativo em seu primeiro disco

Formada em Blumenau, Santa Catarina em meados de 2013, o quarteto Adorável Clichê é composto por Marlon Lopes (guitarra), Gabrielle Phillipi (vocal), Lucas Toledo (baixo) e Diogo Leal (bateria), a primeira música da banda, a faixa Eu Invisível, foi lançada em 2015, seguida pelo primeiro EP São Tantos Anos Sem Dizer, contendo cinco músicas gravadas de forma totalmente independente.

Durante os anos seguintes a banda foi amadurecendo e também se preparando para um próximo disco, que veio a calhar em 2018 com o lançamento de O que existe dentro de mim, lançado pela Nuzzy Records e com nove músicas cheias de letras pessoais, que soam como um diário aberto, sobre ansiedade, frustrações e situações da vida cotidiana.

O álbum já pode ser considerado um dos melhores lançamentos dentro do rock independente nacional, com uma sonoridade feita na medida certa. De guitarras barulhentas a momentos nostálgicos e melódicos, e letras todas cantadas em português que criam um afeto com o ouvinte, um sentimento de compreensão e de compartilhar de vários sentimentos turbulentos.

As gravações foram realizadas no quarto do guitarrista Marlon Lopes, e todas as composições feitas da forma mais sincera e orgânica possível.

Nós tivemos o prazer de conversar com Lucas e Marlon que nos responderam algumas perguntas sobre o processo de composição, as gravações e os planos futuros da banda.

Ficou curioso pra ouvir? Então abra o Spotify, esse pode ser o seu novo disco de cabeceira.


Entrevista – Adorável Clichê

A banda Adorável Clichê foi formada em 2013, vocês estão prestes a completar cinco anos, como avaliam esse período?

Marlon: Foi um período de aprendizado e transformação. A banda que se formou em 2013 não existe mais, ao menos pra mim. Tudo tá muito diferente daquela época. A gente era bem novo e meio descompromissado. Se a gente tivesse fundado outra banda em 2015 e contado as coisas a partir daí teria sido mais justo com o som que fazemos hoje. Enfim, somos uma banda que ficou muito tempo sem lançar nada. Como você pode bem ver, fora gravações ao vivo em estúdio, nosso primeiro EP de verdade só saiu em 2016. O primeiro single pensado só no final de 2015, que é pra mim o marco inicial de uma consciência acerca do nosso role e o que nós queríamos com isso.

Vocês trabalharam mais de um ano nas músicas do primeiro disco, como foi o processo como um todo?

Marlon:
Foi um processo sem muita pressão. Queríamos fazer algo bom e pronto. Apenas no final rolou um correzinho pro disco finalmente sair, mas acredito que fizemos tudo bem pensado. Compomos várias músicas nos ensaios, mas todas elas passaram por um processo de pós-produção no qual adicionamos sintetizadores, backing vocals, outras linhas de guitarra, etc.

Lucas: Complexo e simples ao mesmo tempo, as composições das músicas surgiam na
maioria das vezes nos ensaios com a Gabrielle (vocalista) fazendo as letras na hora seguindo o instrumental ou vice-versa. De forma natural e sincera. Já as gravações feitas tudo no quarto do Marlon (guitarrista) foi o processo mais demorado e complicado para chegarmos num resultado que nos agradasse!

Se pudessem resumir o disco da Adorável Clichê em uma só palavra, qual seria?
Marlon: Sinceridade.

Adorável Clichê

Cantar em português geralmente traz uma sensação maior de exposição, mas ao mesmo tempo traz uma identidade mais forte e também uma conexão com o ouvinte, qual a opinião de vocês sobre isso?

Marlon:
Concordo com a exposição, ainda mais por serem letras muito íntimas. A conexão é inevitável, ao meu ver, quando você realiza um trabalho honesto como o nosso.

Lucas: Ao meu ver, cantar e, principalmente, compor em português é mais complicado do que em inglês. As letras da Gabrielle conseguem passar de maneira mais verdadeira os sentimentos ainda mais por ser em português. É ela cantando ali como fala no dia a dia.

O Que Existe Dentro de Mim revela muito sobre sentimentos, isso é bem transmitido nas letras e sonoridade, como foi a escolha do título?

Marlon:
Além de ser uma continuação do título do EP “São Tantos Anos Sem Dizer”, o título do álbum resume o que se encontra no seu conteúdo. São canções íntimas, emocionais, de coisas que muitas vezes não deixamos transparecer pela rotina ser rodeada de relações superficiais em que se não se sente à vontade de se expor.

Vocês pensam em gravar um vídeo clipe para alguma música?
Lucas: Já gravamos, porém não curtimos os resultados, agora queremos fazer pelo menos algum que podemos dizer: “Agora sim! Isso tá digno de ser nosso clipe.”

Se vocês pudessem escolher uma música do disco para fazer parte da trilha sonora de um filme, qual seria ambos e por quê?

Marlon:
Acho que “Traços” é a música com mais cara de trilha sonora de filme. A letra e o arranjam casam tão bem que muito combinaria

Lucas: Acredito que todas têm potencial para fazer parte de um filme, depende do tema do filme, qual momento do filme e da música. Eu gosto muito de “Poluição”, o instrumental e a letra são boas para se encaixar em vários momentos diferentes.

Qual a opinião da banda sobre o cenário atual da música brasileira?

Marlon:
Acho que o cenário nacional vive um grande momento em praticamente todos os estilos. Tem muita banda boa rolando aí. As que eu citaria seriam terraplana, Terno Rei, Raça, Between Summers, Wolken, Fevereiro da Silva, Carmen e Céu de Vênus.

Adorável Clichê

Agora com o disco lançado, o que planejam pela frente?

Marlon:
Particularmente adoraria tocar o máximo possível em festivais. Acho que esse seria um grande passo pra banda profissionalmente. Esperamos agora lançar clipes e live sessions. Enfim, quem sabe até um EP novo ano que vem, veremos!

Muito obrigado pelas respostas, deixem uma mensagem final.

Lucas:
O que me resta pra dizer é agradecer todas essas pessoas maravilhosas que estão dando tantas respostas positivas e acreditando no potencial do álbum e da banda. Pra quem ainda não ouviu o álbum, escute e chore, compartilhe e faça os outros chorarem também. Abraços!

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