O Milkshakes vem da linda cidade de Maceió, no Alagoas. A banda foi formada em 2015 por Duda Bertho (vocal, guitarra, synths) que já vinha compondo algumas músicas, e então decidiu chamar alguns amigos para grava-lás, o resultado foi o primeiro EP intitulado ‘Technicolor’, lançado em 2015 com cinco faixas e produzido pela própria banda.
A sonoridade psicodélica e nostálgica do grupo ganhou destaque em diversos meios de comunicação pelo país, sendo o EP considerado um dos melhores discos do ano.
Em 2019 eles retornam com seu novo álbum ‘Wanderlust’, durante as oito faixas podemos escutar uma sonoridade leve, praiana e com influências que vão do indie, passando pelo pós punk e psicodélico, com características que conseguem unir o retrô e o moderno.
Encontramos boas doses de psicodelia e viagem na faixa ‘Wanderlust’ que abre o disco, ou uma pegada mais eufórica em Summer, de repente caímos na melancólica e romântica ‘Take Me to the Stars’ e dançamos ao som de ‘Highway’ com sua vibe mais pós-punk.
Wanderlust mostra um som cada vez mais maduro, mais bem trabalhado, onde a banda procura experimentar mais e definir de vez sua faceta. Ouso dizer que já é facilmente um dos melhores discos nacionais desse ano.
Aproveitamos esse lançamento para bater um papo com os integrantes e saber um pouco mais sobre a banda e o que tem rolado nesses últimos anos.
O primeiro EP ‘Technicolor’ foi lançado em 2015 e de cara mostrou uma baita qualidade e maturidade, como vocês o avaliam agora quatro anos após seu lançamento?
Gostamos bastante. Eram músicas que tinham sido feitas desde 2012, e tinham um lado mais jovem, mais Wavves rockinho de praia, e a partir daí elas foram moldadas com as referências que eu e Chase (Fellipe Pereira) curtíamos na época. Bem dizer muito Innerspeaker, Lonerism e Currents (que foi lançado enquanto a gente gravava). Tem músicas ali que eu não conseguiria repetir. Acho que a inspiração vem do momento e simplesmente acontece, então olho pro ‘Technicolor’ com muito carinho e orgulho.
Vocês acham que a cidade onde vivem tem grande influencia sobre o som e estética, ou isso tem mais a ver com suas influências musicais?
A cidade influencia sim, mas acredito que as influências estéticas e musicais são muito mais fortes nesse aspecto. Acho que tem um lado de praia, da brisa do mar do fim da tarde que a gente pega de Maceió, mas consumimos tanto de tanto lugar que fica difícil dizer que é só sobre aqui.
Em ‘Wanderlust’ vocês experimentam mais e trazem um trabalho que facilmente pode torná-los uma das melhores bandas do indie nacional, como foi trabalhar no disco?
Muito obrigado pelo elogio. Foi um trabalho bem interessante e desgastante no bom sentido. Muitas noites viradas, muitas ideias puxadas do HD, músicas sem meio nem final sendo criadas sem fórmula. Algumas vieram de gravações que fiz em casa como ‘Breakfast With You’ e ‘Wanderlust’ e que mostrei pro Chase, já outras como ‘Outerspace’ foram moldadas com a banda.
No fim, acabamos levando essas demos e ideias não acabadas pro Montana Records do Filipe Mariz que mixou o disco e nos ajuda sempre no rolê, fomos lapidando as músicas e criando um disco que conta uma história e faz sentido no fim. A produção é do Chase e minha, independente e com muito aprendizado no meio do caminho. Não toco bem, mas brinco com todos os instrumentos, e o Chase toca muito bem bateria e guitarra.
O processo era basicamente: levar música estranha inacabada, passar pelo filtro Chase, melhorar melhorar melhorar, gravar, regravar e sair com algo legal. No fim, deu certo.
Gravamos tudo em 2017 e nesse ano eu fui morar fora. Passamos um tempo num hiato por que não queria lançar sem poder tocar e investir o tempo nisso. O disco passou a fazer mais sentindo ainda quando voltei, tendo viajado o mundo e sentido um pouco o significado da palavra ‘Wanderlust’, que é a vontade de conhecer novos lugares, novas experiências.
Se vocês pudessem escolher um filme para ter o disco ‘Wanderlust’ como trilha sonora, qual seria e por quê?
Acho que seria um blend entre 2001: Uma odisseia no espaço, algum filme com pessoas dirigindo carros no deserto e um filme romântico com Owen Wilson na sessão da tarde. A verdade é que cada música desperta uma imagem diferente nas nossas cabeças.
Quais são os próximos planos agora que o disco foi lançado? Consideram gravar algum clipe?
Queremos gravar ao menos 2 clipes, possivelmente lyric videos e com certeza umas lives mais pocket, na linha desse de Oh Baby do Technicolor – e algumas Lives completas.
Existe algum lugar ou artista/banda que vocês gostariam de tocar?
Gostaríamos de tocar em novos lugares aqui no Brasil, em um primeiro momento ir a São Paulo. Seria legal tocar com bandas como Boogarins, Glue Trip, Terno Rei e etc. Se fossem artistas de fora, amaríamos tocar com Homeshake, DIIV, Beach Fossils, Mac Demarco. Iríamos abraçar todos.
Quais artistas independentes vocês indicariam para o público conhecer?
A gente tem ouvido bastante a Taco de Golfe, uma banda instrumental muito boa de Aracaju. Gostamos muito da Mahmed, de Natal, também
Obrigado pela disponibilidade em responder as perguntas, deixem um recado para conhecerem a banda.
Valeu, gente, ouçam a Milkshakes! Nos aguarde na sua cidade.