Search

Sigrún, a nova face da música eletrônica islandesa

A Islândia, um país pequeno e exuberante, com paisagens de tirar o fôlego, deixou de ser apenas a rota favorita de viajantes do mundo todo, e tem se destacado por sua música que vem ganhando grandes proporções com artistas mega talentosos. Hoje iremos conhecer Sigrún, o projeto de Sigrún Jónsdóttir.

É inevitável comentarmos sobre alguns nomes que trouxeram o país aos holofotes, a talentosa Björk que desde os anos 80 vinha fazendo música na cena punk com suas bandas KUKL e The Sugarcubes, e os queridos do Sigur rós que no início dos anos 90 trouxeram seu maravilhoso post-rock de outro mundo.

Que a Islândia abriga artistas criativos e ousados nós temos certeza, inclusive o termo Icelandic music já se tornou um novo gênero para a música, pra comprovar isso, falaremos um pouco hoje sobre uma artista relativamente nova, mas que já teve experiências ao lado de grandes artistas e agora mostra um grande potencial com sua música autoral.

Sigrún Jónsdóttir é uma jovem e talentosa artista, nascida na capital de Reikavýk na Islândia, com três EP’s lançados, sendo Smarti o mais recente de 2017, ela me conta que sempre esteve envolvida com música desde pequena, ”meu pai era professor de bateria na escola local de música em nossa cidade, então eu sempre estive por lá…”.

Foi então que começou a estudar clarinete e trombone, o que lhe abriu portas para trabalhar como músico de sessão de ninguém menos que Björk, Sigur rós e atualmente Florence and the Machine, ” Foram experiências muito importantes para mim e aprendi tantas coisas disso, tanto como artista quanto como ser humano ”.

Somando suas experiências em turnês mundiais ao apoio que artistas como ela tem em seu país, foi a hora certa para dar o próximo passo, e assim sua música começou a tomar forma.

Talvez poderíamos classificá-la apenas como Icelandic music ou eletronic/experimental, isso não importa muito, na verdade, os sons conseguem transmitir sentimentos que vão da calmaria a agressividade passando por partes etéreas, e é justamente assim que ela classifica sua música, como temperamental.

Ainda sem muitas informações pela internet, entramos em contato com ela que se prontificou a responder algumas perguntas sobre sua carreira, música e planos para o futuro.



Primeiro, eu gostaria de saber se Sigrún é o seu nome verdadeiro ou apenas como decidiu chamar o seu projeto.

Sigrún: Sim, Sigrún é o meu nome verdadeiro e decidi usá-lo como meu nome artístico também.

Há quanto tempo você está envolvida com música? Você já teve outra banda ou projeto?

Sigrún: Estive fazendo música desde que conheço a mim mesma. Meu pai era professor de bateria na escola local de música em nossa cidade, então eu sempre estive por lá. Eu estudei clarinete por anos e então comecei com trombone. Eu já estive em algumas bandas com amigos tocando clarinete e também trabalhei bastante como músico de sessão tocando trombone, fazendo turnê com artistas como Björk, Sigur rós e recentemente com a Florence and the Machine.

Quais coisas te inspiram pra fazer música? Você sente necessidade de estar em conexão com algo ou apenas se isolar por algum tempo?

Sigrún: Um pouco de cada, eu trabalho solitária e isso funciona para mim, mas ao mesmo tempo eu tenho certeza que preciso socializar também, então não fico muito só. Múltiplas coisas me inspiram a fazer música, meu amor por música em si é uma grande parte disso, e o poder real que a música e os sons tem sobre nós. E também as pessoas que estão ao meu redor e com quem trabalhei ao longo dos anos me inspiram grandemente, e a proximidade geral que isso traz às pessoas. Apenas ir a um clube e dançar juntos e sentir aquele baixo bater em seu corpo é tudo.

Em 2016 você lançou dois EP’s Hringsjá e Tog, eles soam muito atmosféricos e experimentais, como é para você expressar seus sentimentos através de um tipo de música considerado complexo para alguns ouvidos?

Sigrún: É um grande privilégio poder expressar meus pensamentos e sentimentos através da minha música e sou grata também pelas ferramentas que tenho para isso, levou um tempo para eu aprender e me encontrar no ambiente de trabalho que é o meu computador junto com meus instrumentos para poder trazer o que eu tenho agora. Muita paciência e repetição, mas principalmente, foi preciso esforço para silenciar as críticas internas para poder trabalhar em paz comigo mesma.

Como a sua música tem sido recebida em seu país, tem muitas pessoas que te apoiam?

Sigrún: Eu sinto que foi recebida muito bem e me sinto sortuda. O ambiente criativo na Islândia e as pessoas que o compõem são muito fortes e de apoio, eles sempre fazem questão de apoiar uns aos outros. As casas de show estão abertas para qualquer um e estão felizes em ver pessoas fazendo experimentos, junto com várias organizações musicais que se certificam em acompanhar coisas novas e apoiá-las.

Foto: Art Bicnick

Recentemente a música islandesa tem sido muito procurada e muitos artistas são destaque fora do seu país. Para você, quais são as razões disso?

Sigrún: Sim, e é muito interessante, na verdade. Recentemente a música islandesa cresceu muito para ser algo único, quase um gênero. Mas eu acho que isso é baseado na herança de obras de artistas como Björk e Sigur rós que abriram espaço para um playground muito fértil que teve a chance de florescer e se espalhar pelo mundo.

Fiquei sabendo que você já trabalhou com artistas como Björk, Sigur rós e Florence and the Machine. Como foram essas experiências?

Sigrún: Foram experiências muito importantes para mim e aprendi tantas coisas disso, tanto como artista quanto ser humano. Fiz turnês mundiais com esses artistas e como toda jornada, tem seus altos e baixos. Mas a coisa mais preciosa que tirei disso foi ver o quanto algo que você construiu pouco a pouco com paixão e alegria pela música pode crescer em um projeto enorme trazendo centenas de pessoas juntas para apreciá-lo.

Se você pudesse escolher uma palavra para descrever a sua música…

Sigrún: Temperamental?

Se você pudesse escolher um filme ou um livro que combine com a sua música…

Sigrún: Humm, boa pergunta. Não tenho certeza, mas seria interessante combinar talvez com A Montanha Sagrada ou Orlando.

No ano passado você lançou o EP Smitari, quais são os planos para o futuro?

Sigrún: Sim, estive trabalhando muito nos últimos seis meses para ter um disco novo pronto, e agora está feito. Em algumas semanas lançarei material novo. Minha nova música é de certa forma mais ampla comparado ao que já lancei anteriormente, mas ela ainda mantém semelhanças também.

Muito obrigado pelo tempo em responder essas perguntas. Te desejo sucesso e que você possa trazer sua música para outros países ao redor do mundo.

Sigrún: Muito obrigada!! ❤

Siga o Sigrún nas redes sociais:

Facebook | Instagram | Bandcamp