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Camille Claudel: Shoegaze, black metal, letras em português e ballet?

A Camille Claudel surgiu na metade dos anos 90 em Volta Redonda (RJ), um ano mais tarde (1995) a banda se desfez, e apenas 18 anos depois ressurgiram com nova formação, novas músicas e ideias.
Pra começar, lançaram em Abril de 2016 o seu primeiro registro, o single Balada Borderline, em seguida lançaram ainda Novo Qualquer (2016) e Céu Laranja (2016).

A sonoridade é uma mistura de vários estilos como o indie rock, shoegaze, post-punk, bossa nova e até black metal, as músicas são cantadas em português, o que traz também uma identidade forte à banda.

A formação conta com Frederico (guitarra, vocal), Luiza (baixo), Rafael (guitarra) e Daniela (bateria), e foi com esse time que eles lançaram seu primeiro álbum de estúdio, o auto-intitulado Camille Claudel, com 8 músicas.

Camille Claudel
Capa do EP Camille Claudel

Um fato curioso foi um projeto criado pela banda chamado A Nuvem de Calças, baseado no livro de Vladimir Vaiakovski, onde unem ballet e shoegaze. A seguir, temos um vídeo com o resultado dessa experiência no mínimo incrível. Por trás da ideia está Daniela, a baterista, no ano passado ela deu uma entrevista ao blog Noise Artists explicando como aconteceu:

” Primeiramente, estou muito feliz por você se interessar por este projeto, ele é muito importante para mim, e eu amo falar sobre o processo dele, então é legal saber que tem alguém interessado… hehe

Tudo começou com um projeto de pesquisa para a conclusão da minha especialização em um sistema de análise de tipos de movimento, chamado Laban/Bartenief.

Naquele tempo eu estava trabalhando como professora e coreógrafa de dança contemporânea em uma escola de dança, na Escola de Dança Fundação Porto Real. Então decidi fazer essa pesquisa com um grupo de estudantes. Foi uma experiência incrível. A pesquisa foi para explorar a linguagem poética na dança, e escolhi um poema de Manoel de Barros, chamado O Fotógrafo.

Então, eu e esses estudantes (todos jovens, de 13 a 18 anos) trabalhamos juntos nesse laboratório para transformar essa poesia em dança. Em algum momento, decidimos fazer uma peça de dança completa com isso, e foi aí que o Fred se envolveu. No poema, Manoel começa com uma tentativa de fotografar o silêncio, entre outras coisas, e ele percebe que o silêncio é um transmissor. Eu chamei Fred para criar a música que seria o transmissor da dança.

A música do silêncio (poderia ser mais shoegaze? hehe)! Ele pegou a guitarra e alguns pedais e desenvolveu um pattern enquanto acompanhava os ensaios. Ele iria improvisar, reagindo aos dançarinos e à coreografia.

O vídeo que você viu foi parte dessa peça, rearranjado especialmente para apresentarmos em um local aberto, com apenas três dançarinos (a peça original tinha 10 dançarinos) e a respeito da parte do poema que fala sobre a nuvem de calças. E o resultado foi o que você viu. Esse é um resumo disso.”

Deixamos aqui alguns links para conhecer mais o Camille Claudel, inclusive, o primeiro disco e os singles estão todos para download gratuito.

Bandcamp | Facebook

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