Labirinto @ Sesc Consolação

 Labirinto é uma banda que pode ter seu gênero definido como post-rock/post-metal/experimental/ambient, som torto ou até mesmo o famoso pagode de islandês. A verdade é que o som não pode ser definido como uma coisa só, mas talvez possa sim ser definido com apenas uma palavra: Incrível!

É meu quarto show deles. Já os vi no Overload Music Fest de 2016, no Sesc Belenzinho, no CSSP e agora no Sesc Consolação. Já sei qual a sequência de músicas, mas mesmo que o setlist fosse o mesmo por mais algumas dezenas de vezes, eu não me cansaria.

É uma banda extremamente profissional, faz sua performance espetacular, com um poder de deixar qualquer um catatônico. Um som forte e poderoso que certamente surpreende os marinheiros de primeira viagem e encanta aqueles que já seguem a banda há algum tempo.

Não é à toa que a banda voltou em junho de uma turnê na Europa que ajudou a consolidar seu nome na terra do metal. Além já ter dividido o palco com nomes como God is an Astronaut, MONO, Alcest, Year of no Light, Stephen O’Malley, Mouse on the Keys e The Ocean.

E ontem não foi diferente, em um palco muito bonito, sem as habituais projeções de acordo com cada música, Labirinto esquentou nossos corações em uma noite geladíssima. No último show, no CSSP, a banda conseguiu maravilhar até mesmo aqueles que passavam e olhavam pelos vidros ao redor da sala Adoniran Barbosa. E no Sesc Consolação a plateia queria assobiar e bater palmas em todos os momentos possíveis.

Uma noite em que o recém-chegado percussionista Lucas Melo brilhou juntamente com a sempre incrível Muriel Curi. O inegável peso da bateria que faz qualquer teatro tremer e deixa a todos boquiabertos. O próprio Erick nos contou na entrevista depois do show que já ouviu comentários como “ela toca bem né”.

Não. A Muriel não toca bem, ela toca extremamente e incrivelmente bem. Ela pertence ao hall dos musicistas mais talentosos que eu já tive o prazer de ver. Conduz a banda com maestria e reafirma que lugar de mulher é na música e onde mais ela quiser.

Além do incrível trio, e às vezes quarteto de cordas com o guitarrista Erick Cruxen, o guitarrista Kiko Bueno e o baixista Hristos Eleutério, temos Luis Naressi no sintetizador, guitarra e misterioso sino tibetano. A banda vem para afirmar seu lugar de direito entre as bandas mais célebres da cena instrumental.

A banda sempre nos lembra que seu intuito não é apenas tocar. Altamente influenciada pelo movimento do hardcore presente na adolescência de todos os membros, ela quer passar uma mensagem, nos faz pensar em todo o cenário político e social atual, nos lembra da história do Brasil, de tudo que passamos e de que iremos passar. E isso somente prevê que iremos ouvir muitas e muitas coisas boas sobre essa banda excelente.

Muito sucesso e vida longa, camaradas!

Clique aqui para assistir o vídeo da música Enoch, que está no recente disco Gehenna lançado pela banda.

Setlist:

  1. Mal Sacré
  2. Aung Suu
  3. Enoch
  4. Qumran
  5. Avernus
  6. Aludra
  7. Alamut