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Lançamento: Boas Pessoas São Feitas de Promessas Incompletas – Marchioretto

Hoje saiu o disco novo do Marchioretto, pela Pessoa que Voa, o Boas Pessoas São Feitas de Promessas Incompletas.

O Marchioretto vem representando a nova geração do rock jovem. Lembro da primeira vez que ouvi falar dele, um colega meu disse “você precisa conhecer esse garoto, ele tem 16 anos e faz um som incrível”. Na época, ele fazia covers de algumas bandas da cena que ele gostava.

E podíamos ver um diamante bruto naquilo, especialmente quando o conheci, ele estava tocando bateria e quebrando tudo, cheio do espírito da juventude e de inquietação. E é essa inquietação que parece movê-lo, todo esse espírito de fazer o agora acontecer.

Ele nos transmite em suas músicas aquela época difícil da adolescência, cheia de descobertas, inseguranças, decepções, raiva e todo aquele turbilhão de emoções que todos nós estamos passando ou já passamos faz muito tempo.

Sentimentos que refletem bem suas referências que vão desde o emo, citando bandas como Mineral, no lo-fi do LVCASU. Se fosse tentar definir por gênero seria emocore/pop-punk. Ele gravou e tocou tudo sozinho (até o EP novo, que foi todo gravado e produzido pelo Theuzitz) e lançou pro mundo ouvir. E de lá pra cá ele não parou mais de fazer música.

Em outubro de 2016, ele lançou o bandeja. Em março de 2017 o No One to Leave You, um compilado de músicas antigas. O single Yasunaga e o EP lançado no começo do ano, Um dia a gente esquece tudo isso.

O disco novo, você pode ouvir e baixar nesse link:

https://marchiorettomortalbackflip.bandcamp.com/album/boas-pessoas-s-o-feitas-de-promessas-incompletas-2

O álbum mostra uma tremenda evolução do artista, muito bem gravado e mixado. Um grande salto de maturidade desde o EP lançado em janeiro. Muito bonito, traz umas linhas melódicas bem bacanas, que contrastam com a bateria acelerada, explosões de raiva e aquele senso de urgência latente.

Momentos de calma e tranquilidade que logo são substituídos por uma guitarra que nos expressa confusão, medo do futuro, preocupações e ansiedades.

O Theuzitz nos contou sobre o disco passa pra ele:

“Eu sinto esse disco do Nickolas como uma orquestração de urgências. São universos muito ricos e distintos que dialogam e não tem o comprometimento em se mostrar tão sóbrios, ao mesmo tempo que possuem uma preocupação muito grande com a forma. As canções têm estruturas flutuantes e ao mesmo tempo tem durações muito curtas. Eu amo as resoluções que ele toma. ”

E o Vinicius Mendes também:

“Esse disco do Marchioretto é tudo que um disco dele tinha que ser, e a demora (ficamos um ano mais ou menos nesse disco) pra ele sair do papel valeu a pena demais. Ele é um músico incrível, toca qualquer instrumento que você der na mão dele, e um puta compositor, enche as músicas de detalhezinhos e minúcias que talvez só ele vá perceber. O Theuzitz fez um trabalho muito bonito na produção desse disco, poliu algumas músicas (o Nickolas tem uma mania de parar a música demais, Bailarina tinha mais de cinco minutos), e a gravação ficou perfeita. Fiquei orgulhoso demais desse disco.”

O álbum também contou com a colaboração do Heitor Martins nas faixas “Trava” e “Nuvem”, além dos vocais do Elliot Garcia (Eliminadorzinho) em “Recomeçar”.

Conversamos com o Nickolas para sabermos as inspirações do disco novo e muito mais!

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Quando você começou a fazer música e por quê?

Bem…. Desde pequeno, sempre tive contato com música, afinal, minha família é cheia de músicos talentosos, além dos amigos da minha mãe, que em alguns dias específicos, se juntavam na frente da minha casa pra tocar violão pra galera toda.

Mas acho que só comecei a levar música a sério mesmo quando aprendi a tocar violão, em 2012, tanto que 2 anos depois, mesmo sem saber o que era uma oitavada, montei minha primeira banda e gravei demos ridículas naquela época (risos)

Para você ter uma noção, eu fiz uma música sobre uma lanchonete que eu costumo frequentar até hoje na vila onde moro, e de alguma forma, eles souberam dessa música e começaram a divulgar todo o material da antiga página da banda! Naquela época, aquilo explodiu minha cabeça (risos)

Quem são suas referências/inspirações de modo geral e na cena?

Minhas maiores referências são o Blink-182, Kyuss, os irmãos Kinsella (em qualquer um dos projetos que eles já tiveram), Mineral, Neutral Milk Hotel e, atualmente, o Pinback e o Mac Demarco.

Dentro da cena é até mais fácil de listar. Admiro demais o Calvin Voichicoski, Theuzitz, o LVCASU, Fábio de Carvalho e os meninos da Eliminadorzinho. Enfim, é muita gente bonita pra listar aqui, mas posso dizer que essas são as influências cruciais da cena pra mim.

O que você mais gosta ouvir?

Ultimamente eu estou ouvindo muito o novo disco do Knuckle Puck, Shapeshifter e o Seiva do Rancore (que pelo menos pra mim é a banda mais injustiçada que o Brasil já teve).

Tenho ouvido também o Self-Titled do Pinback, o 2 do Mac Demarco (que inclusive me demorou MUITO pra bater e agora eu estou ouvindo que nem louco) e o Moscas Volantes do Calvin Voichicoski.

Qual a inspiração pro disco novo?

Bem, o disco novo é cheio de fronteiras quebradas pra mim, principalmente pelo fato de que apesar dele ser um disco relativamente curto, ele é literalmente uma seleção das 7 melhores músicas de 40 em quase um ano inteiro de composições, e de muita evolução desde o primeiro registro, o “bandeja”. Inclusive, é uma evolução que me pegou muito de surpresa quando eu parei pra pensar.

É um disco sutil, porém misterioso, tudo nele é meio cinza e te faz pensar o porquê daquilo estar em tal lugar, e é uma coisa que eu tirei muito pela mistura de influências nas músicas e pelo fato da minha cabeça também estar sempre embolada de pensamentos embaralhados. (risos)

Onde você procura inspiração na hora de compor? Em livros, filmes e outras formas de arte também?

Honestamente, eu costumo mais trazer coisas mais introspectivas mesmo, afinal, é um trabalho que leva o meu sobrenome, um espaço onde eu posso destrinchar qualquer demônio sem qualquer trava. E também me considero um cara bem leigo em literatura e cinema, o máximo que leio são quadrinhos e webcomic e olhe lá (risos)

E pra terminar: Onde você se vê daqui alguns anos?

Ah, é uma pergunta muito difícil (risos)… Apesar de eu não ter uma perspectiva mais ampla do que é a vida adulta, posso pelo menos garantir que estarei sim fazendo música no futuro. Tirando isso, eu não coloco um dedo, deixa rolar.

Acompanhe o Marchioretto nas redes:

Bandcamp: https://marchiorettomortalbackflip.bandcamp.com/

Facebook: https://www.facebook.com/marchioretton/

Spotify: https://open.spotify.com/artist/6Pofo6Xaht29sV8Vkiitv3