Amalie Brunn nasceu em 6 de Janeiro de 1985, em Copenhague na Dinamarca. Sua carreira como artista começou por volta de 2006 quando se mudou para Nova Iorque. Lá ela compôs seu primeiro disco solo, com a ajuda do pai Michael Bruun. Foram lançados três ep’s sendo eles: Housecat (2008), Branches (2010) e Crush (2012).
Além de musicista, Bruun foi modelo e até já participou de uma campanha para um perfume da marca Chanel em 2010, você pode assistir no vídeo abaixo.
Nessa mesma época, ela formou uma banda de indie rock chamada Ex-cops, com quem lançou dois discos, The Hallucinations (2013) e Daggers (2014). A sonoridade do grupo passeava pelo pop eletrônico e indie rock. Em uma entrevista feita em 2012 para um blog ela falou um pouco sobre seu gosto musical. Quando perguntada sobre quais artistas estava escutando no momento:
”Não consigo escolher um artista em particular, mas gosto de ouvir eurodance/rave de vez em quando…”
”Eu sou uma garota black metal de coração, recentemente descobri uma banda de black metal sinfônico dos anos 90 chamada Kvist. Estive escutando muito a música ”Vettenetter”.
O início do Myrkur
Em 2014, ela deu vida ao projeto Myrkur (escuridão em islandês), no mesmo ano adotou roupas pretas, tatuagem e cabelos desajeitados. Assinou com a gravadora Relapse Records para o lançamento de seu primeiro EP também intitulado Myrkur, com sete músicas que mostravam um som ríspido, com influências vindas do black metal e música folk.
Algo que também chamou atenção, foi o fato de ser uma one-woman band, pois dentro do estilo existem as chamadas one-man-band (banda de um homem só), que são projetos de um só artista que costumam compor, gravar e tocar todos os instrumentos.
O primeiro disco de estúdio oficial veio em 2015, sob o título de M, com a produção de ninguém menos que Kristoffer Rygg, mais conhecido como Garm vocalista da banda norueguesa Ulver.
Além disso, a gravação contou com participações de Teloch, guitarrista da lendária banda noruguesa de black metal Mayhem e Christopher Amott ex-guitarrista do Arch Enemy.
Então, é aí que tudo começa. Assim que o disco foi lançado, recebeu muitas críticas positivas, mas também um enxurrada de insultos vindos de fãs tr00 do black metal e dos fiscais do metal de internet.
Acontece, que o que até então pareciam apenas críticas ao som, viraram insultos contra a artista, que recebeu xingamentos, comentários sobre seu corpo e até ameaças de morte.
A onda de ódio gratuito e seus possíveis motivos
O que ficou evidente para ela e seus fãs, foi o fato de ser uma mulher assumindo a posição de líder em uma banda que acabou entrando para a cena do black metal. Inclusive, cena essa que é esmagadoramente constituída por homens. Outro motivo seria a forma com que ela classificou seu som, algo como uma transição entre a luz e a escuridão, mesmo não existindo evidências de um rótulo claro de black metal.
Talvez, houve uma frustrada expectativa de tê-la em cima dos palcos blasfemando com seu corpse paint (pintura facial usada por bandas do gênero), suja de sangue e cuspindo na platéia? Hum… se bem que ela já usou corpse paint em uma de suas primeiras apresentações…
Outros comentários mais vistos contra o Myrkur, são coisas do tipo: ”soa falso”, ”não é black metal de verdade”, ”é uma vagabunda a procura de dinheiro”. Além de, implicâncias com seu sotaque ou sua real naturalidade (alguns dizem que Brunn nasceu nos EUA) e por aí vai…
Só não sabíamos que quem procura fama e dinheiro deveria lançar um disco de black metal, não acham? Muitos também comentaram sobre algumas músicas serem cópias do famoso disco Bergtatt da banda Ulver, ou que seus riffs são bobos e comuns, enfim…
Sabemos que na verdade o Myrkur não é mesmo uma banda de black metal, o estilo apenas faz parte das influências, a música folk veem predominando as composições que utilizam coros, nickelharpa (instrumento tradicional sueco), violinos e também sons ambientes da natureza.
De qualquer forma, sempre existiu essa necessidade de se categorizar uma banda ou seu som, mas também tem o fato de termos uma mulher, que já foi modelo, morou em Nova Iorque e participou de outros projetos que não tenham a ver com o mundo metal, ainda assim sua banda é comumente inserida em uma das cenas mais obscuras e extremas do metal, a do black metal.
Mesmo com essa chuva de insultos e críticas negativas por parte de alguns, Amalie segue firme com sua banda, mas em algumas entrevistas já disse estar cansada de receber mensagens de ódio, e por isso até optou por bloquear o envio de mensagens em suas redes sociais. Atualmente, o Myrkur lançou seu segundo disco de estúdio intitulado Maredit, que conta também com a participação de Chelsea Wolfe.