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TÔRTA: single ‘Você não faz ideia’ ganha belo vídeo e fala dos laços nas relações humanas

TÔRTA é liderada por May Manão (Crime Caqui), nesse projeto a artista busca sonoridades dentro das esferas experimentais eletrônicas, lembrando artistas como iamamiwhoami, Grimes e Björk. Seu primeiro single, a faixa ‘Iron Closet‘ falava sobre se assumir, auto aceitação e viver livre de julgamentos. Agora, ela retorna com ‘Você não faz ideia‘, a música fala sobre uma paixão interna e os laços que unem essas pessoas.

O vídeo, dirigido pela própria May, se inspira na Unmei No Akai Ito, uma lenda tradicional japonesa bem antiga que fala sobre um fio vermelho invisível indestrutível, capaz de unir duas almas gêmeas independente das situações.

Sobre o vídeo ela diz: ”Esses fios se entrelaçam, se embaraçam mas continuam unidos, se transformando. Numa cama de gato, duas personagens se vêem presas nessa teia que elas próprias teceram com suas expectativas.”

Tôrta

A música fará parte de seu novo EP que deve sair ainda este ano, no momento ela prepara uma live que será transmitida em março. A apresentação online contará com músicas já lançadas, além de outras que farão parte do disco de inéditas. Assista o vídeo oficial abaixo:

Batemos um papo com May sobre as ideias que envolvem seu projeto entre outras coisas, confira logo abaixo:

TÔRTA soa como um projeto mais pessoal e cheio de histórias a serem compartilhadas, como você definiria o seu trabalho e o que ele significa para você?

Desde a concepção do projeto eu sempre tive uma ideia muito clara de que me serviria como um espaço de experimentação e reinvenção. E que com as músicas e tudo que se desdobra a partir daí, como videoclipes e apresentações, pudessem transmitir mensagens de transformação. Eu encaro como uma responsabilidade pessoal conseguir expressar tudo o que sinto ser importante discutir nos tempos atuais. E reconheço ser muito especial ter essa oportunidade no Tôrta.

De onde veio a ideia do nome TÔRTA?

Inicialmente era uma brincadeira com a gíria em espanhol em que “torta” significa lésbica. Depois refletindo sobre a palavra e o quanto ela remete a tudo que não se encaixa, e o quanto sempre me percebi assim, encaro como uma forma da gente tentar acolher nossas falhas também.

O video da sua nova música ‘Você não tem ideia’ é inspirado em uma lenda japonesa muito interessante, como você chegou até ela?

Na verdade, o fio veio num brainstorm enquanto eu e Jess, produtora e co-roteirista, refletíamos sobre a música e os laços que construímos ao longo da vida e como nos relacionamos com esses vínculos. Depois quando o clipe já estava em execução, estava conversando com uma amiga em casa e ela viu o fio laranja, que havia usado para gravar algumas cenas, preso a parede. Assim que ela bateu o olho lembrou de uma exposição que havia visto no Japan House, em São Paulo, da artista Chiharu Shiota chamada “Linha Interna”. Conversando a respeito percebemos o quanto tudo se conectava.

As relações modernas em grande parte são feitas de laços frágeis, a tecnologia tem um papel controverso nisso, ao mesmo tempo que ela nos aproxima também cria a distancia, qual a sua opinião sobre?

Desde a pandemia nossa socialização mudou muito. Eu particularmente comecei a conversar com pessoas que nunca imaginei, de diversos lugares, relações muito bacanas. Algo bem fora da curva para eu que nunca fui muito de ter amizades de internet. Acho especialmente interessante o papel das redes num momento como esse em que nos restam poucas alternativas de nos conectar. 

Você pretende lançar um EP inédito nesse ano, o que pode nos contar sobre ele?

Posso adiantar que vai estar um pouco diferente das músicas que já lancei, hahaha.

Se você pudesse escolher um filme para ter sua música como trilha sonora, qual você escolheria e por que?

Eu sou muito fã do diretor polonês Krzysztof Kieślowski, me identifico muito com a melancolia presente em sua obra. Seria um sonho, ter podido criar a trilha para um de seus filmes.

Para finalizar, um desejo para o futuro?

Meu desejo é que as pessoas se permitam mais, se transformarem para que o futuro se transforme.

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