Nesse primeiro post vamos listar cinco discos que marcaram nossas vidas e comentar o por quê, começando com os favoritos da Tatyane.
É difícil escolher álbuns preferidos. É difícil pensar nos álbuns que você mais ouviu. É fácil escolher músicas, mas álbuns… A maioria dos álbuns que eu conheço eu não gosto de todas as músicas. Impossível controlar aquela vontade de pular algumas faixas. O hábito de ouvir um disco inteiro e amá-lo eu adquiri quando fiquei mais velha. E mesmo assim, por mais que eu tente, são poucos os artistas que me fazem gostar de um álbum inteiro.
Eu poderia citar que quando eu tinha 11 anos, eu não desgrudava do American Idiot do Green Day. Eu cantava, bem sofrida, todas as letras de música. Ou que fui fã de Jonas Brothers e McFLY (prevejo caretas dos leitores) e sabia TODAS as músicas. Até mesmo que cresci ouvindo o Greatest Hits do Queen e The Smiths no carro da minha mãe enquanto viajávamos. Mas decidi citar coisas mais atuais. Esses são CD’s que eu compraria (ou já comprei) e que me trazem boas memórias nos últimos anos.
gorduratrans – repertório infindável de dolorosas piadas
Todo mundo que interage em alguma rede social ou já passou algum tempo considerável comigo sabe que eu sou fã número 1 de gorduratrans. Esses moçoilos cariocas me conquistaram com seu álbum de estreia e ainda me cativam MUITO com o paroxismos lançado esse ano. Eu poderia citar o paroxismos também, porque no seu pouco tempo de vida, ele já me fez chorar dezenas de vezes. Mas com o repertório eu tenho história.
Diferente do álbum novo que é maduro, obscuro. O repertório é cru, honesto. É um turbilhão de emoções. É complicado tentar descrever esse disco com uma palavra, ou algumas palavras, porque ele é muita coisa. É uma mistura de tudo que pode acontecer nessa transição final da adolescência e começo da vida adulta. É sobre se apaixonar e não ser correspondido, é sobre se sentir deslocado e imbecil, sobre tentar descobrir quem você é, tentar se encontrar nessa mistura frenética de guitarras e pedais. É a descrição dos meus últimos dois anos de vida: shoegaze, confusão e rock jovem.
E agora você tá esperando o que pra ouvir e concordar comigo?
Fernando Motta – andando sem olhar pra frente
Esse álbum também me conquistou por ser muito sincero e pessoal. Gosto de poder conhecer os artistas pelos seus trabalhos. Eu acredito que ele mostra muito do que o Nando é. Sem expor ou dizer muito, porque você ainda pode interpretar a música do jeito que você queira. Se ela é sobre amor, sobre futebol, sobre a infância. Tem várias intepretações mesmo que na hora de compor tenha sido qualquer outra interpretação. Mas a essência não se perde, a alma do álbum tá ali, intacta. Se o álbum fosse inteiro acústico também seria muito bonito por conta disso. As referências também são muito bacanas, é um álbum fácil de gostar e pra ouvir a qualquer momento.
Alcest – Écailles de lune
Meu álbum preferido do Alcest, não que eu não ame muito os outros. Mas esse tem a capa mais bonita que eu já vi, feita pelo Fursy do Les Discrets e o melhor conceito. Ouvi demais esse álbum enquanto voltava a pé da faculdade pra casa, quando viajei pro Canadá. De fato, esse foi o único álbum que levei comigo no celular e eu ouvia ele sempre que podia. Alcest é minha banda preferida e ela reúne TUDO que eu gosto de música. Metal, pedais, as linhas melódicas mais bonitas que já vi, a bateria impecável do Winterhalter, blackgaze (desculpa Neige), shoegaze, gutural, a essência do Neige (que é o melhor musicista do mundo na minha humilde opinião) e tudo que há de bom. Essa preciosidade eu deixo bem guardada no meu coração.
The Smiths – The queen is dead
Como eu disse anteriormente, eu cresci ouvindo The Smiths, talvez tenha sido isso que tenha me tornado uma adulta melancólica que gosta de ouvir música sobre corações partidos haha. Mas falando sério, The Smiths é uma banda que está presente no gosto musical de muita gente e ainda bem! E eu só me dei conta do quão boas eram as letras da banda quando estudei “I know it’s over” em uma aula de inglês. Provavelmente uma das letras que mais me tocam e que me fazem perceber apesar de Morrissey assumir algumas opiniões que eu discordo, não posso negar que é genial quando se trata somente de música. Eu poderia muito bem citar outros álbuns, mas acho esse bastante icônico e denso.
Riverside – Love time and fear machine
Riverside é uma das bandas de prog rock que eu mais gosto, são diferentes de muitas bandas do gênero, porque eles misturam técnica e emoção. Música sem emoção pra mim não é nada. E esse álbum é recheado de boas emoções. Mariusz Duda tem uma voz de seda que embala canções muito bem feitas, tivemos nesse álbum um dos melhores guitarristas que eu já vi, o Piotr Grudziński, extremamente talentoso e foi uma grande perda. O show desse álbum, certamente foi um dos melhores que eu já vi. Provavelmente o segundo melhor dia da minha vida. Incrível. Na primeira vez que eu ouvi já me conquistou. Esse álbum é como se apaixonar, é aquele sentimento de como se eu estivesse amando quando ouço, aquele quentinho no coração gostoso.