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Nothing se reinventa com Dance on the Blacktop

Por: Tatyane Oliveira

Formada na Filadélfia em 2011, é uma das bandas mais conhecidas e admiradas da nova onda do shoegaze assim como Whirr, Airiel, Ringo Deathstarr LSD and the Search for God. A banda nunca para de nos surpreender, desde o excelente Guilty of Everything (2014), o aclamado Tired of Tomorrow (2016) e agora com o Dance On The Blacktop, oficialmente lançado em Agosto.

Você pode ouvir o álbum aqui ou se preferir no bandcamp

Nothing é uma das bandas de shoegaze que nós aqui do Rebobinados mais gostamos. Se algum dia a gente lançar algum material, vai ser definitivamente influenciado pela banda. Se vai ser tão bom quanto, não sabemos, mas pode aguardar.

O Dance On the Blacktop já havia caído nas graças da galera desde o começo de Agosto, quando uma versão pirata circulava por aí. Porém, decidi apenas ouvir os singles previamente lançados no Spotify e conferir o álbum na íntegra. Mas desde então os comentários já eram excelentes, não lembro de ter visto ninguém criticando o álbum. E realmente não sei se há realmente espaço algum para críticas.

Consigo escolher minhas músicas favoritas no álbum, que logo nos primeiros segundos de música já me cativam sem fazer esforço algum. Aliás, Nothing tem um certo poder de me cativar facilmente. Com as músicas dos álbuns passados, eu reconhecia os primeiros acordes logo de cara. Não há música alguma que eu necessariamente desgoste, apenas algumas que definitivamente chamam mais atenção do que outras. Em termos gerais, o álbum está bem diverso, algumas músicas vão mais para o lado do dream pop, post punk e um pouco de grunge também. Tem música para todos os gostos.

O destaque vai certamente para Blue Line Baby. Se eu fosse pensar em alguma música lançada esse ano que descrevesse perfeitamente o que é o shoegaze, da pontinha dos pés até o último fio de cabelo, de alma e por inteiro, seria essa. Os primeiros segundos da música já de transportam pelo espaço, notas sonhadoras e atmosféricas ao máximo, a parede de som reconfortante, ao meu ver é como estar em casa. A banda domina com maestrina a arte de fazer um som totalmente novo, totalmente fresco e ainda sim jamais perder sua identidade, as características do gênero. É tão familiar, o solo toca o coração e ao mesmo tempo soa como novidade, consegue me conectar instantaneamente. O clipe também é lindíssimo, sensível, muito etéreo e sonhador.

Uma das outras músicas que gostei bastante foi Plastic Migraine. Ela consegue ter o mesmo efeito em mim, ainda que sutil, provocado por Blue Line Baby. I Hate the Flowers foi um dos singles que ganhou clipe também:

Bem mais pesado que o restante do álbum, sem deixar de ser Nothing. Blue Line Baby é um sonho e I Hate the Flowers é o pesadelo que você tenha escapar, embora tudo indique que não há como escapar. O vídeo inteiro tem um homem tentando escapar, rolando pelas escadas, rolando pelas ruas, vendo um outro vídeo de uma moça bastante fragilizada, um corvo o assombra, o fogo o persegue e o caixão nunca o deixa escapar. Um pouco angustiante eu diria, porém o clipe é muito interessante e  infelizmente a vida tem esses altos e baixos mesmo. Mas o que realmente marca e o que gruda na cabeça é o refrão:

”Stop all the clocks in my brain 
Clog all the veins and the drains 
Build a coffin around this house 
Dismantle the sun from the couch”

Vale a pena ainda mencionar The Carpenter’s Son que vem logo em seguida, quebrando o clima pesadão trazido pela música anterior, com suas influências de post rock com voz doce e melódica. Imensamente triste e bela essa música. A letra é excelente e melancólica ao extremo. Certamente uma das músicas que estarei curtindo quando me encontrar borocoxô. São quase 8 minutos de bad.

Esperamos que a banda continue prosperando e lançando material novo!

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