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Lia Kapp lança Metamorphösis

Hoje, dia 23/02, a artista curitibana Lia Kapp lança seu CD Metamorphösis pelo selo Pessoa Que Voa.

cristina fauquemont e lia kapp
Por: Cristina Fauquemont e Lia Kapp

Já falamos dela no nosso post sobre mulheres e a cena nacional.

Para quem não conhece, a Lia começou a escrever músicas aos 16 anos e aos 17 lançou seu primeiro EP chamado Conflito. Seu novo álbum é sobre sua transformação, trazendo muitas emoções fortes, conta sua trajetória de uma garota imatura até se tornar uma mulher confiante.

Eu conheci a Lia por meio de vídeos no Youtube. Disponibilizamos o link no final da matéria, mas posso adiantar que fiquei surpresa com a qualidade deles. É tudo extremamente bem feito, as estórias por trás dos vídeos são fantásticas, a estética que permeia todos seus trabalhos é muito bacana.

É uma artista que realmente pensa em tudo, não só na música, mas em todos os detalhes e nuances de seus lançamentos.

E com o Metamorphösis não foi diferente, por isso, temos uma entrevista logo abaixo para que você possa conhecê-la melhor e se encantar da mesma maneira que me encantei.

Ouça ele aqui:

https://liakapp.bandcamp.com/album/metamorph-sis

Ou Spotify:

Lia, como você começou sua carreira musical?

Eu comecei a tocar instrumentos até que tarde, tinha 15 anos quando entrei pras aulas de teclado, mas sempre tive contato com arte, no caso dança, e também sempre gostei de cantar. Inclusive, quando era criança, eu já fiz muito de roubar microfones e ficar cantando na frente de um monte de gente, sem vergonha mesmo (risos).

Mas foi aos 16 anos que a minha arte do modo que é hoje começou a aflorar, que foi a época em que eu comecei a me tornar uma pessoa mais sensível. Com essa idade, compus minha primeira música, Lullaby, ao piano, e, posteriormente, Nightmare.

Quando completei 17 anos, terminei de compor as músicas restantes que completaram meu primeiro EP, Conflito. E foi assim que tudo começou de verdade.

Quando você visualiza a composição do seu álbum, qual seu processo de criação e, consequentemente, quais as coisas que você leva em conta?

O meu processo de criação é muito variado. Existem músicas em que eu compus primeiro o instrumental e depois entrei com a letra, e outras em que a letra surgiu antes. Dead River, por exemplo, acordei com a letra e melodia na cabeça e tirei no piano logo em que levantei.

Mas todas elas eu procuro passar o que eu realmente estou sentindo, de forma bem sincera. Pra mim, antes de técnica, o sentimento é a coisa mais importante.

Quais as barreiras que você encontra?

Às vezes é complicado falar sobre coisas tão pessoais nas músicas. Sinto medo e vergonha. Mas conforme os anos foram passando acostumei e agora consigo cantá-las até que tranquilamente.

Muitas vezes acabo chorando durante shows porque elas evocam sentimentos muito fortes.

Sobre o que você fala nas suas músicas?

Falo sobre o que me emociona de modo geral. Decepções amorosas, tristezas, esperanças, entre outros.

O quão importante é ter o apoio das pessoas (seus amigos e das pessoas que admiram sua música) sobre o seu trabalho?

É uma das coisas que mais importa pra mim. Eu comecei sem muito apoio, com muito medo, mas fui conquistando a minha família e os meus amigos, que começaram a compreender como eu sou como pessoa e como artista. Hoje posso dizer que isso foi crucial para que eu continuasse a me expressar.

Ainda é meio difícil de acreditar que existem pessoas que não me conhecem direito, mas que me admiram por causa das músicas que escrevo. Isso me dá muita esperança, sinto como se realmente houvesse um lugar pra mim no mundo da música e faz eu me sentir especial de alguma forma, fico muito emocionada com o carinho que eu recebo.

joao dias
Por: João Dias

Quais são as pessoas que você admira na música?

Eu admiro muitas mulheres. Chelsea Wolfe é uma das que eu mais admiro. Lady Gaga também, por não ter medo de ser quem ela é. Björk, FKA twigs, BANKS. Quando eu crescer quero ser que nem elas (risos).

Também admiro o Marilyn Manson pelo mesmo motivo da Lady Gaga, por não ter medo de nada, por ter a atitude que ele tem. Gostaria de ser assim também, de não ter medo.

E agora falando mais especificamente sobre o Metamorphösis, conta um pouco mais sobre ele.

Ele é uma das coisas mais bonitas que eu já criei. Representa a história da minha vida, o que eu passei de mais intenso, que foi a minha própria metamorfose. Tudo começou com o Conflito, que foi escrito em 2014.

Na época eu era muito imatura, uma criança mesmo, que passava por um grande conflito de personalidade. Logo depois eu me metamorfoseei para uma pessoa melhor. Então comecei a escrever o Metamorphösis em 2015 e decidi que ele iria ser mais “pesado” que o Conflito no sentido de ter bateria e guitarras.

São 13 músicas ao todo, onde conto todo o processo da minha metamorfose e todos os problemas emocionais que surgiram ao longo disso. Mas pra entender melhor só ouvindo e lendo as letras mesmo.

Quais são seus planos para o futuro? Depois do lançamento você pretende fazer mais shows ou tem algum projeto novo em mente?

Tenho vários planos que ainda não posso contar, é surpresa (risos), e peço que aguardem com muito carinho, pois vem muita coisa boa pela frente.

Eu estou muito feliz com tudo que está acontecendo na minha vida, os projetos finalmente estão tomando forma e pra cada projeto eu tenho uma equipe que me auxilia muito e estamos todos determinados pra fazer a coisa toda rolar. Tenho muitos planos pra shows também.

Além do show de lançamento do álbum em 24 de fevereiro, pretendo tocar em São Paulo em março e tenho mais um show marcado em abril aqui em Curitiba. Sobre novos projetos: sim! Já escrevi meu próximo EP!

Está bem diferente do Metamorphösis, mas é muito especial também. Estou muito ansiosa para esse projeto.

E sobre esses shows, como eles vão funcionar?

Para reproduzir o Metamorphösis ao vivo, chamei alguns amigos que confio muito. Gustavo Mazuroski na guitarra, Ana Carolina Zanotti no piano e sintetizador, e Érico Leandro na bateria.

Em São Paulo teremos Erich Zimmermann no piano e sintetizador. São todos musicistas incríveis que admiro muito. As músicas ficaram muito bonitas nas mãos deles e algumas até ganharam versões novas.

Tem mais alguma coisa que você queira falar como deixar um recado para quem te lê agora?

Gostaria de dar um conselho a quem está no mesmo barco que eu: não desista de fazer música. Aprendi que as coisas demoram muito pra acontecer e é preciso que haja paciência durante esse caminho.

Eu sou muito grata pelas coisas que me aconteceram até agora e acho que eu estou tendo um bom começo, e que o que está acontecendo agora é só 1% do que vai acontecer. Tenho muita esperança que 2018 vai ser um ano marcante pra mim e que vai ser o início do meu futuro de verdade na música.

E espero também que entendam minha música como uma forma de ajuda para outras pessoas se expressarem assim como eu me expresso. É dessa forma que quero ser uma influência pra outros artistas.

Queria agradecer ao pessoal da PQV, que me acolheu recentemente, por todo o apoio, ajuda e amizade. Obrigada Taty pela oportunidade dessa entrevista e obrigada também pela nossa amizade. Que o futuro seja brilhante para nós.

Pra quem é de Curitiba, a Lia vai lançar o cd nesse evento aqui: https://www.facebook.com/events/1817457378554142/

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Soundcloud

Ouça também o EP dela, Conflito, no Spotify: