Talvez esteja meio tarde pra resenhar sobre esse álbum. Mas eu acredito que nunca é tarde demais para falar sobre o que a gente gosta. E o que eu gosto no momento é desse álbum. Resenhar sobre álbuns não é nem de longe o meu forte, especialmente porque eu só consigo falar de algum disco quando eu crio algum tipo de conexão emocional com ele.
Quando as músicas me comovem e me trazem sensações intensas. E esse é justamente o caso aqui. Então, na verdade, resenha nem é a palavra certa a ser usada aqui. Eu vou simplesmente ter que abrir meu coração e tentar convencer todo mundo que está lendo isso a se apaixonar pelo FITA junto comigo.
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Já falei sobre a Oxy anteriormente nesse post aqui, mas não parece o suficiente. Ainda mais quando eu me peguei ouvindo esse álbum no repeat nos últimos dias. Gostei tanto que eu estava praticamente cantando junto enquanto o ouvia no ônibus.
É um álbum muito coeso e harmônico. Eu não mudaria nada nele e nem tiraria alguma música dele. As linhas de baixo, os solos de guitarra, a bateria, os vocais… É tudo perfeito. Os clipes das músicas são incríveis, a fotografia, toda a identidade visual e o Enzo Correia é o cara por trás disso, ele faz tudo ser mais visual e palpável.
A primeira música, Into, de cara já nos joga na atmosfera sonhadora, doce e angelical proporcionada pela voz angelical da Sara. É difícil descrever tudo que esse álbum consegue me passar em termos de sentimentos. Vai soar bem cafona isso que eu vou dizer, mas é como se eu fosse transportada pra outra dimensão ou pra uma vida passada minha.
O meu eu vivendo em alguma noitada dos anos 80 e 90. Algumas músicas com a vibe do shoegaze também me proporcionam essa sensação. Mas nunca com a intensidade que FITA me transportou. É uma sensação muito boa, te tira da realidade e te leva a um lugar por ora tranquilo, ora intenso, ora animado e colorido.
Foto: Enzo Correia
Outra coisa que eu também consigo notar é que eu não consigo desgostar de nenhuma música, mesmo que num primeiro momento eu já não a defina como uma das minhas preferidas, ao longo da música surge algum pequeno elemento diferente que me prende e no final das contas eu me pego cantarolando e querendo ouvir de novo e de novo e de novo.
Eu não faço ideia de como eu posso definir esses elementos, porque às vezes são trechos de música que grudam, de uma maneira bem positiva, na minha cabeça.
Pink Socks consegue me conquistar logo de primeira, sua vibe alegre nos faz querer dançar. Certamente é um dos destaques de um álbum impecável. Aliás, Oxy nunca nos decepcionou. O EP lançado em 2016 é uma das preciosidades que jamais poderemos esquecer.
Um belíssimo trabalho que me fez conhecer e admirar a banda, e que é reflexo de todas as nuances, elementos diversos e ricos que temos no FITA. É shoegaze, dream pop, post-rock, tudo junto e misturado que resulta num som incrível e único.
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Eu consigo eleger a minha preferida nesse álbum. Foi uma tarefa difícil, mas a escolhida foi Carriage. Eu tenho certeza que a Sara Cândido, o Blandu Correia, o Lucas Eduardo Pereira, o Marcelo Vasconcelos e Thiago Neves compartilharam um pedacinho da mente para poder fazer algo tão bonito quanto essa música.
Eu não tenho adjetivo melhor para descrevê-la do que perfeita. Consigo colocá-la na minha lista de músicas preferidas de todos os tempos facilmente. Ela é melancólica, mas é agitada e acelerada ao mesmo tempo. É viciante e você termina de ouvir e já quer ouvir de novo e quando vê já está cantando junto.
Porque só pra tentar escrever esse parágrafo para poder de alguma maneira tentar descrevê-la, eu fui obrigada a ouvir umas 8 vezes, de tão boa que ela é. E eu um dia adoraria aprender a tocar o solo de guitarra que aparece quase no final da música.
Fairytale me traz a mesma vibe do shoegaze japonês, certamente não teve essa intenção, mas é reconfortante perceber isso. Provavelmente é uma das músicas mais doces presentes no disco e com um refrão mais adorável ainda. Sempre há algo de reconfortante em músicas com vocal feminino, aliás essa é uma das coisas que eu mais admiro no nicho shoegaze/dream pop e uma das razões pelas quais esse é meu nicho preferido.
Trying é outra das minhas preferidas. Mais um solo incrível no meio, mais um refrão excelente, letras ótimas que te fazem querer ouvir várias vezes. A vibe anos 90 é certeira, eu me sinto em casa apesar de ter nascido em 95 e de nessa época não ter noção do que estava acontecendo.
80’s é a atmosfera Beach House da maneira mais descolada possível. É como uma despedida triste que anuncia o fim do disco. Essa é pra você ouvir e ficar borocoxô, e depois se animar e ouvir o disco inteiro de novo.
Eu mal posso esperar pela vinda da Oxy para São Paulo e curtir ao vivo todas essas músicas maravilhosas. Não preciso nem falar que é uma das bandas que certamente vão estourar nos próximos meses. O sucesso, nacional e internacional, é certo.
Mais uma coisa notável nesse álbum é de como ninguém teve medo de ousar, de soltar a voz e inovar. O resultado disso é um dos melhores álbuns que já tive o prazer de ouvir. Renova as esperanças em todo o talento que temos no país, todo o potencial que os jovens tem. Faz valer todo o esforço e dedicação que colocamos no blog e em descobrir novos artistas, porque no final das contas, a música vale muito a pena.