Ainda assim, você pode conferir os outros especiais de mulheres na música nos links a seguir: mulheres bateristas I, mulheres bateristas II, mulheres baixistas II e mulheres guitarristas I e guitarristas II.
Eu queria escrever um pequeno textinho aqui antes da matéria, prometo tentar fazer com que não fique muito chato, ok?
Essa matéria surgiu pra incentivar minha amiga Mayara que quer tocar baixo. Queria ajudá-la encontrar pessoas nas quais se inspirar musicalmente. Aliás eu queria que todas as minhas amigas se aventurassem a tocar instrumentos (sério, todas vocês. Eu sei que vocês conseguem, confio em vocês). E isso me fez pensar em quando eu comecei no mundo da música, no violino, lá em 2011 para 2012.
E o que me fez querer tocar foi ver a Mairead Nesbitt do Celtic Woman. Foi amor à primeira vista e ainda é até hoje. O amor não se deu por conta da beleza estonteante dela, mas sim do sorriso que ela carregava ao tocar e da sutileza, ela fazia aquilo parecer tão fácil… E, surpresa, não é nada fácil. Música não é fácil, pelo menos pra mim.
São anos e anos tentando, desistindo de um instrumento e pulando para outro, mas eventualmente eu vou ficar boa ou pelo menos razoável. Não é questão de dom, é paciência, persistência e dedicação. E para que esses sentimentos se renovem para mim, é preciso ver mulheres no palco. Seja tocando o que for, toda vez que eu vejo uma mulher no palco eu me encorajo e tento de novo e de novo. Não sei se é pelo fato de eu ser mulher ou se é pelo vigor que nós trazemos a este mundo muitas vezes decadente, machista e maçante que é a música.
Não vou adentrar o óbvio, que é o fato de sempre o mesmo grupo de garotos sem talento, fazendo mais do mesmo, cantando o que todo mundo já cantou, tocando bem mal e sem carisma algum sendo empurrado pra gente ouvir o tempo todo. Afinal, há gosto e público para tudo. Mas o que me incomoda de verdade é sempre a fetichização ou o eterno menosprezo das mulheres, vou contar que foi bem estressante a pesquisa de procurar mulheres baixistas (que eu talvez não conhecesse) para escrever hoje.
O que eu achei foi homens falando “ah veja bem, a Kim Gordon nem toca tão bem assim”, disse o melhor baixista do mundo, entende tudo de teoria musical, não é mesmo? Eu não estou nem aí se você acha que ela não toca tão bem, eu acho ela incrível, a Kim é referência pra quase todas as mulheres baixistas do rock alternativo, por causa dela muitas garotas hoje tocam baixo e o fazem muitíssimo bem. Eu não vejo esse tipo de cobrança em cima de outros baixistas que não são nem ao menos razoáveis.
Tem gente que escreve músicas com dois acordes e bomba, tem gente que não sabe NADA de teoria musical e bomba. A diferença é que todas essas pessoas vão lá e fazem, mesmo não sendo tão boas assim (que obviamente não é o caso da Kim). Elas tentam, mesmo que possam errar. E é isso que eu espero que as mulheres façam.
Nicole Estill – True Widow
Não esperem ser incríveis em um instrumento para começar a mostrar a sua arte, vai lá e faz garota. Você é incrível apenas por tentar. Não desiste. Precisamos de vocês.
Eu tenho aproximadamente 43 mulheres baixistas pré selecionadas, ia ficar muita coisa para uma matéria só, então vai rolar um parte dois dessa matéria. Possivelmente a sua baixista preferida vai estar na próxima matéria, porém, aceito de bom grado indicações de novos nomes. Comenta aqui embaixo se você sentiu falta de alguma.
E queria mandar um muito obrigada para todas essas mulheres incríveis que apareceram nessa lista e todas as outras mulheres que dia após dia brilham muito no palco, atrás do palco, produzindo sons e que servem de inspiração para mim e para outras tantas garotas por aí que estão se aventurando no mundo da música. Vocês são minhas guerreirinhas, todo sucesso e reconhecimento do mundo para vocês. Vamos em frente!
Toda força e incentivo a todas as mulheres na música (e fora dela também)!
Kim Gordon – Sonic Youth
Kim Deal – Pixies/The Breeders
Paz Lenchantin – A Perfect Circle/Pixies
Nicole Fiorentino – The Smashing Pumpinks
D’arcy Wretzky – The Smashing Pumpkins
Jennifer Finch – L7
Tina Weymouth – Talking Heads/Tom Tom Club
Melissa Auf Der Maur – Tinker/ Hole/ The Smashing Pumpkins
Sara Lee – Gang of Four
Nicole Estill – True Widow
Jenny Lee Lindberg – Warpaint
Kira Roessler – Black Flag
KT Chang – 大象體操ElephantGym
Mariko Doi – Yuck
Alex Gehring – Ringo Deathstarr
Mulheres baixistas brasileiras
Brunella Martina – Winteryard
Rainha Branca – This Lonely Crowd
Stephani Heuczuk – terraplana
Nathanne Rodrigues – Chico de Barro/DEF/Noras de Newton
Fernanda Schabarum – Loomer
Carolina Mathias – Troá
Marcela Lopes – Mieta
Carla Boregas – Rakta
Ana Karina Sebastiao – Quartabe
Pequeno bônus pois esse vídeo não poderia ficar de fora:
Patricia Saltara – In Venus
Amanda Buttler – Sky Down
Liege Milk – Loomer/Medialunas (na bateria)