Adorável Clichê encantando noites chuvosas

adorável clichê sesc são paulo

No domingo, um dia extremamente chuvoso em São Paulo, tivemos o show da banda catarinense Adorável Clichê no Sesc Belenzinho. Um dia um tanto caótico, com alagamentos e enchentes na cidade. Mas também um dia no qual os fãs amorosos demonstraram todo seu carinho pela banda.

Faz um tempo que eu não via plateia dedicada e carinhosa assim com os artistas, salvo Ludovic que sempre tem uma legião de apaixonados em todos os shows. Especialmente de bandas nacionais, que nem sempre damos o verdadeiro valor que merecem.

Mas a banda fez jus a todo o carinho do público. Adorável Clichê é uma das bandas que eu mais gosto no cenário atual. Desde quando Fábio me apresentou o som deles lá no fim de 2018, depois do lançamento do álbum O que existe dentro de mim (2018), que figurou na nossa lista dos nossos melhores do ano.

Um álbum com letras esplêndidas, muito relatable para mim, melodias hipnotizantes, paredes de som sensacionais e um vocal fenomenal. É amor a primeira ouvida. É talento puro.

Esse álbum figurou nas listas de melhores discos do ano de outros blogs nacionais e alçou a adorável a voos mais altos. Voos estes que foram impactados pela pandemia – assim como a vida de praticamente todos nós. Durante a pandemia foram lançados alguns singles e mostrando que a banda ainda tinha muito mais para mostrar, apesar do primeiro álbum já ter marcado sua presença, definido seu estilo e mostrado todo seu talento.

2024 veio com o anúncio de que teriam um novo selo, a Balaclava Records, que costuma transformar em ícone as bandas que tocam, um prestígio e visibilidade tremendas que acompanham pós entrada do casting, eles lançam sonhos que nunca morrem.

Eu confesso que demorei um pouco pra ouvir, 2024 foi um ano complicado, e muitos lançamentos eu deixei para trás ou esquecia de ouvir. Mas não foi uma surpresa pra mim quando peguei pra ouvir.

Não surpreendentemente a Adorável Clichê trouxe ao mesmo nível de excelência do primeiro lançamento, que já era mega alto pra mim, e ajudaram a consolidar seu nome como uma das bandas com maior potencial atual.

Honestamente, o que me cativou foi ter ouvido esse disco ao vivo durante o show do DIIV, que foi uma das noites mais memoráveis da minha vida. Um dia que vai ficar marcado para sempre na minha memória e no meu coração, porque eu curti tanto o show da Adorável Clichê quanto do DIIV.

Eu e um cara desconhecido do meu lado esganiçando de tanto cantar. Esse era um show do DIIV que eu esperava há anos e valeu a pena toda essa espera (e uma pena que perdi o timing de escrever sobre), ainda mais com uma banda de abertura tão talentosa e que combina tão bem com o som do headliner.

Parece que ouvir ao vivo trouxe novas cores e reacendeu um amor que eu tinha pela música. E pelos meus hobbies em geral que estava meio apagado. E desde então, confesso que me tornei um pouco obcecada por esse álbum. É o álbum que eu mais escutei nos últimos seis meses, sem enjoar, sempre cantarolando por aí ou acordando com ele na cabeça.

E tal foi minha surpresa em saber que a Adorável Clichê faria um show em São Paulo, e eu iria vê-los no auge da minha obsessão por esse álbum. Tomei uma das chuvas mais homéricas que caiu nessa cidade para comprar os ingressos do show. E faria de novo porque valeu muito a pena.

Eu não devo ter sido a única a cantar a plenos pulmões, como se as letras tivessem sido escritas por mim, como se aquelas coisas tivessem acontecido comigo e como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Saí extremamente feliz do show. Escala de felicidade tremenda.

É incrível a afinação da Gabrielle (eu gostaria que metade dos cantores tivesse o talento, afinação e vozeirão que ela tem) a sincronia da banda, os riffs de guitarra, o mar de pedais criando uma atmosférica única na combinação de todos os instrumentos, um belo espetáculo.

Acredito que as recentes adições ao casting da balaclava como terraplana, mostraram todo o potencial que shoegaze, especialmente entre a juventude, tem para conquistar uma legião de fãs. E mostrando que o shoegaze está vivo. Vivíssimo como nunca.

Confira o disco “Sonhos que nunca morrem”:

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