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Quem Indica: Vinicius Lourenço (terraplana)

É feriado, mas o Rebobinados não descansa. Dessa vez trouxemos mais um integrante da banda terraplana, o Vinicius Lourenço. Se você é fã da terraplana, pode conferir também o post em que a Stephani indica vários álbuns legais.

Continuamos trazendo o Quem Indica para vocês todas as segundas (enquanto tivermos artistas dispostos a participar desta humilde coluna). Tudo bem que é duvidoso, mas eu particularmente gosto muito dessa coluna, especialmente porque a gente consegue conhecer os artistas que gosta bem melhor através dos gostos. Gosto muito de ver gente que eu admiro falando de outras pessoas que elas admiram também. O espaço é aberto pro artista dizer o que quiser sobre os álbuns que gosta. Aos poucos gente planeja abrir espaço pro artista falar abertamente sobre o que gosta. E a proposta do blog sempre foi essa: falar do que a gente gosta. Acredito que estamos sendo fiéis a este objetivo.

Se você acompanha nosso blog e quer indicar mais algum outro artista que a gente já mencionou por aqui indicando uns discos, comenta aqui ou manda um inbox pra gente. Estamos abertos a sugestões!

Vinicius Lourenço

vinicius lourenço terraplana

Vinicius Lourenço é o guitarrista da banda terraplana de Curitiba – PR. A terraplana lançou um EP chamado Exílio (2017). Até este fatídico momento, a terraplana ainda não lançou o álbum e ainda não salvou o shoegaze das forças do mal (o brasileiro continua sem motivos para sorrir). Ideal para quem gosta de shoegaze, slowcore, post-rock, dream pop e noise.

Indicações do Vinicius Lourenço

Esses discos estão sendo muito importantes pra mim nesses últimos meses, porque passei a ouvir muita música nova e o significado disso pra mim se tornou o que era no começo, quando tinha acabado de começar a me interessar por música e procurar por bandas.

vinicius lourenço terraplana

Fiz uma lista de discos que estão sendo importantes pra mim na quarentena. Nesse tempo (talvez por estar repetindo alguns dos mesmos atos que fazia na adolescência, como ficar muito no computador, não sair de casa, ter webamigo, etc). Parece que comecei a ver a música do mesmo jeito que via quando era mais novo e estava começando a descobrir as primeiras bandas sozinho. Tenho me entusiasmado, me importado, me emocionado muito mais com os sons que tenho ouvido. Agora com um olhar bem diferente, mais maduro e mais meu mesmo, do que quando eu tinha, sei lá, 14 anos.

Strokes – The New Abnormal

Ouvi esse álbum na verdade porque vi um tweet do Guigas, da Quasar, falando desse álbum. Não lembro exatamente o que ele falava, mas me interessei e fui ouvir. Agradeço muito ele por aquele tweet, porque nisso eu redescobri uma banda foda que não tinha dado tanta importância quando era mais novo e comecei a amar as coisas do Julian Casablancas também. Em geral, o álbum basicamente trouxe um Strokes um pouco mais Strokes do que no álbum anterior, Comedown Machine.

Talvez a pior música seja Bad Decisions, que ainda está longe de ser a pior música da banda num geral. Todas as outras músicas são bem interessantes e tem partes bem legais, com melodias que eu gostei muito. Ter ouvido a demo “I’ll Try Anything Once” no filme Somewhere da Sofia Coppola, também me influenciou e me deixou um pouco mais curioso sobre os trabalhos do Julian.

Sparklehorse – It’s a Wonderful Life

Descobri Sparklehorse durante a pandemia. É claro que eu já tinha ouvido ele em alguma viagem com a banda ou por recomendação de algum amigo, mas foi ali que realmente parei pra me interessar, escutar e pesquisar sobre. Ouvi muita coisa aleatória dele, umas lives e músicas não lançadas só disponíveis no YouTube, então não é especificamente sobre esse álbum. Não sei se essa banda/artista tem um gênero ou estilo definido. Sei que tem uma identidade que me lembra muito o slowcore, apesar disso não transparecer em todas as músicas.

Algumas tem vocal feminino e masculino juntos, como King of Nails e Morning Hollow, as linhas de voz dessas músicas são lindas. Também recomendo dar uma olhada em algumas lives, como a da música Painbirds no canal SPIN, porque é perfeito ver esses músicos tocando ao vivo, o som que eles tiram e como eles reagem ali na gravação. Tem muita música muito triste também. Sparklehorse é foda.

Winter – Endless Space (Between You & I)

Pirei muito nesse álbum, pois ele sintetiza muitos dos meus gostos e influências musicais, assim como faz a Sprain, mas de jeitos totalmente diferente. Tem bastante coisa bem shoegaze ainda, bem dreampop, os vocais, algumas guitarras e tal. Tem um quê muito forte desse rock neo psicodélico vibe Tame Impala e etc. Afinal, pra mim foi uma mistura perfeita, que eu já queria ter ouvido muito antes, mas não consegui isso sendo executado de um jeito massa de verdade por nenhuma outra banda.

Curti demais a produção, curti MUITO as composições, os arranjos, as melodias, tem muito timbre diferente de sintetizador, de guitarra, de bateria… Tem muito detalhe mais atmosférico, ambiente, tem muita camada. Bem no Fundo, um feat com o Dinho do Boogarins, e Constellations são duas das minhas musicas favoritas desse álbum… Ah, Pure Magician também, é bem MBV, os vocais, as guitarras e tudo mais.

My Bloody Valentine – m b v

Esse é o único álbum que não ouvi pela primeira vez nesse ano, entretanto eu com certeza redescobri e percebi muita coisa que antes tinha deixado passar. Tem essa coisa do vocal ser leve, da melodia ser quase que angelical, e ao mesmo tempo que as coisas também tem bastante peso… Essa coisa mais ambígua no som e nas letras e, óbvio, as camadas de instrumentos e vozes. Enfim, coloquei esse álbum aqui por ele ser um dos meus favoritos da vida e porque a galera geralmente não chega a ouvir ele, que pra mim é muito mais fácil de compreender que o Loveless. Na moral, é muito bom.

Sprain – As Lost Through Collision

Fiquei enrolando a Taty por mais de um mês, esperando esse álbum sair pra eu recomendar aqui. Sabia que ia gostar, porque o primeiro EP da Sprain é genial o som… Até parece que você tá vendo eles ali na sua frente num lugar fechadinho pequeno, e pensa assim “pqp velho ver esses cara tocar num lugar pequeno assim nos primeiros shows deve tipo ter sido ver os primeiros shows do Nirvana, do Duster, velho………..”.

Bem diferente de muita coisa que eu tenho ouvido. Procurei pra ver se tinha alguma gravação de show deles tocando as músicas do EP, e acabei vendo algumas em que eles já tocavam essas músicas novas. Depois disso, esperei ansiosamente pelo álbum, que, depois de dois singles (um que eu ouvi pra caralho, outro que nem tanto), saiu no dia 4 de setembro. Na moral? É muito bom. É meio Slint, meio Unwound, meio Duster, meio Codeine, meio Sprain mesmo.

Tem umas músicas bem rápidas, como Slant e Worship House, e por outro lado, também tem umas músicas muito, mas muito lentas, como Everything. E é muito bom, uma banda que consegue perfeitamente ser muito leve, pianíssimo, e ser pesado pra caralho pra caralho. As músicas My Way Out e Constant Hum representam muito isso, porém, no geral, consigo ver isso no álbum como um todo também. Acho que é a primeira banda da minha vida que, graças a deus, parei pra ouvir uma música com mais de 15 minutos. Sei lá, é muito bom… A progressão deles, as estruturas, as quebras, os riffs, os timbres, a dinâmica, os detalhes, a experiência, a quebra de expectativa.

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