Steven Wilson é conhecido por seus trabalhos com as bandas Porcupine Tree, Blackfield, Storm Corrosion e No-Man como por sua carreira solo.
A primeira música é To the Bone que por ser a música título do álbum creio que deveria ter mais peso. É uma música um tanto quanto genérica para ser sincera, não chama muita atenção. E se for comparar com os últimos trabalhos e com o potencial que sabemos que Steven Wilson tem, vai perder feio. Deixando o ser ranzinza de lado, a segunda música é Nowhere Now, que quebra um pouco o clima genérico deixado pela primeira música, continua muitíssimo pop como deve ser.
Pariah é a terceira música do álbum e merece um coraçãozinho ao lado, realmente essa música é de longe a melhor. Tanto que quando foi lançado o vídeo do SW e da Ninet Tayeb que colabora nessa faixa, eu a ouvi uma vez e ela grudou na minha cabeça de um jeito muito bom. A melancolia presente nessa faixa remete a outras músicas de outros álbuns que me agradavam imensamente. Essa é uma música para você deitar no chão geladinho do banheiro e pensar em toda sua vida enquanto solta suaves lágrimas.
The Same Asylum As Before é a faixa seguinte, sem muitas emoções provocadas como a anterior. Porém com uma pegada diferente das suas irmãs pops do início. Até vejo a tentativa de fazer algo diferente, mas não obteve muito sucesso. Refuge traz de volta um pouco do clima melancólico de sua amiga Pariah, mas não é tão memorável.
Permanating é de longe a música mais feliz do álbum, a gente pode notar isso no clipe também, é bom que uma vez que você o assiste, não vai conseguir esquecer. (Clique aqui cuidado ao clicar você poderá ser contagiado com alegria colorida extrema). Provavelmente é a música que eu menos gosto, é muito feliz para minha alma shoegazer aguentar.
Blank Tapes é bonita, a voz do SW se mistura lindamente com a voz da Ninet nessa faixa, achei extremamente curta, deveria ser um pouco mais longa para que os fãs tristes pudessem aguentar o disco até o final. People Who Eat Darkness repete a fórmula genérica novamente até a metade, quando parece que vai engrenar para algo muito bom, mas volta ao começo sem progressos. Song Of I lembra um pouco músicas que tocam em filmes em momentos de suspense. Mas nada realmente acontece.
Detonation continua um pouco do clima deixado pela última, com a exceção de um solo de guitarra que explode depois dos dois minutos de música. Ainda bem que fez jus ao nome e que trouxe uma nuance energética para recuperar o fôlego. É a mais “prog” do álbum e a mais longa. Um pequeno alívio eu diria.
Song of Unborn é a última, soa realmente como uma despedida, por mais clichê que isso possa soar. SW se encontra triste em terminar seu álbum e nos entrega um presente 7/10 que parece pertencer a seus álbuns antigos. Uma pequena luz no túnel haha.
Devo dizer que sempre admirei bastante os trabalhos do SW em sua maioria, No-Man não dá pois é extremamente sem graça mesmo. E que algumas músicas foram um pouco dolorosas de ouvir, quis pulá-las mesmo que fosse obrigatório ouvir. A tática de intercalar as canções mais felizes com as um pouquinho mais tristes foram boas, assim pelo menos conseguimos ouvir o disco até o final ainda esperando pelo que ele tem a oferecer.
Essas que eu quis pular me lembraram muito aquelas que a gente costuma ouvir na rádio e mudar de estação quando ela começa, ou simplesmente nada memoráveis que você nem tem curiosidade de saber quem é o artista. Steven Wilson é um artista incrível, que talvez esteja buscando também um novo público, e espero que esse álbum seja uma fase de experimentação e que não caia no espiral que Coldplay caiu de fazer músicas extremamente tediosas e que nunca mais saiu. Você pode pensar que ele não consegue fazer música ruim, mas consegue sim às vezes.